Sindicatos ameaçam avançar contra CP em tribunal devido aos trabalhadores da EMEF

  • Lusa
  • 20 Junho 2022

A Fectrans e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário ameaçam avançar contra a CP em tribunal, alegando “discriminação” dos trabalhadores da antiga EMEF.

A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) ameaçam avançar contra a CP em tribunal, falando em “discriminação” dos trabalhadores da antiga EMEF.

Em comunicado, as estruturas sindicais referiram que decidiram, “caso se verifique a discriminação que tem vindo a ser apregoada aos trabalhadores, avançar judicialmente, e exigir a retroatividade desde janeiro de 2021 de tudo, a que os trabalhadores que transitaram da ex-EMEF têm direito”.

Esta decisão deve-se ao facto de os membros da administração da CP, “em vez de se centrar na gestão ferroviária pública e proteger os seus trabalhadores” atuarem apenas como “executores da tutela”, tendo na “sua agenda a retirada de direitos, a continuidade dos baixos salários e optado pela chantagem e a pressão junto dos trabalhadores, para deixarem de ser associados no seu sindicato de classe, o SNTSF/Fectrans”, afirmaram.

Segundo os sindicatos esta estratégia tem sido “dirigida por alguns responsáveis da empresa e por organizações ditas sindicais que se prestam a ser os criados para esse efeito, existindo mesmo quem só falte implorar para que os trabalhadores saiam do seu sindicato, o SNTSF o sindicato da Fectrans e da CGTP-IN no setor ferroviário”.

Segundo a mesma nota, “o que está em causa neste momento é o respeito pelos trabalhadores, que continuam a ver os seus salários desvalorizados e perante propostas de retirada de direitos, polivalências, para com menos trabalhadores conseguirem fazer o mesmo de hoje”, acrescentando que o SNTSF/Fectrans “sem prejuízo do anúncio de outras ações a anunciar a breve prazo, depois de efetuar nova ronda pelos locais de trabalho, mantém a greve ao trabalho extraordinário que foi prolongado até ao final de Julho, nos mesmo moldes deste mês”.

“Por outro lado, irá dar expressão de rua da luta dos ferroviários, na Manifestação Nacional promovida pela CGTP-IN, no próximo dia 7 de julho, às 15H00, em Lisboa – Marquês de Pombal para a Assembleia da República, apelando aos trabalhadores para participarem e na rua manifestarem as suas reivindicações”, referiu.

Em maio, o coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, disse à agência Lusa, que o principal motivo das greves que estes trabalhadores estão a levar a cabo “são os aumentos salariais, embora estejam também em causa outras matérias, como a aplicação do Acordo de Empresa da CP aos trabalhadores da antiga EMEF, para acabar com as desigualdades”.

A Fectrans e o seu sindicato, filiados na CGTP, reivindicam um aumento mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores da CP, a quem foi aplicada uma atualização de 0,9%, tal como foi imposto a todo o Setor Empresarial do Estado e Administração Pública.

Na resolução aprovada nos plenários, os trabalhadores exigem a continuação das negociações da revisão do Acordo de Empresa e do Regulamento de Carreiras, “que valorize os salários de modo a fazer face ao brutal aumento do custo de vida, valorize as profissões e proceda à integração dos trabalhadores da ex-EMEF sem perda de direitos e redução de remunerações”.

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