Nova operação da Easyjet em Lisboa depende do “handover” dos slots pela TAP

Companhia britânica venceu o concurso para ficar com 18 slots da TAP no Humberto Delgado, mas a dimensão do reforço da operação depende da negociação final com a empresa portuguesa.

A vitória no concurso para a atribuição das 18 faixas horárias da TAP vai permitir à Easyjet instalar três aeronaves em Lisboa e tornar-se a segunda maior companhia no aeroporto da capital, ultrapassando a Ryanair. A companhia britânica vai acrescentar novas rotas e aumentar a capacidade de outras. Mais detalhes só quando o processo de entrega dos slots pela companhia aérea estiver concluído.

“Os 18 slots correspondem a uma capacidade aproximada de três aeronaves. Essa é a zona de grandeza da operação. Para sabermos o número exato de lugares, tipo de aeronaves e número de empregos criados, teremos de aguardar até ao handover dos slots pela TAP“, afirma José Lopes, diretor-geral da easyjet em Portugal. A empresa poderá operar as faixas horárias a partir de 30 de outubro.

Neste momento decorre em Seattle a conferência internacional para a coordenação de slots e depois terá de existir um processo de negociação com a transportadora portuguesa, já que as faixas podem oscilar 20 minutos para cima ou para baixo. A Easyjet terá ainda de ajustar com as faixas nos aeroportos de destino.

A prioridade agora é pôr os voos à venda para poder rentabilizar os novos slots. “Temos um plano A, mas tudo dependendo do que forem exatamente os slots que a TAP vai entregar. Espero que esteja tudo finalizado até ao final de agosto, setembro. Aí apresentaremos todos os detalhes”, acrescentou.

Certo é que a companhia britânica passará a ser a segunda maior a operar no aeroporto Humberto Delgado. Este verão, a quota de capacidade é de 9%, mais três pontos percentuais do que no mesmo período do ano passado. De acordo com o último boletim estatístico trimestral da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), referente ao último trimestre de 2021, a TAP tinha uma quota de 51% no aeroporto de Lisboa, seguida da Ryanair com 16% e da Easyjet com 6%.

José Lopes referiu ainda que a nível nacional a quota da Easyjet é de 13% (mais dois pontos percentuais do que em 2021), referindo dados da OAG. A TAP lidera com 29% (menos cinco pontos percentuais) e em segundo está a Ryanair, com 19% (mais dois pontos percentuais)

A Comissão Europeia anunciou a 16 de junho que a Easyjet tinha ficado em primeiro lugar no concurso para a atribuição de 18 slots (faixas horárias diárias) da TAP no aeroporto de Lisboa. O outro concorrente era a Ryanair. A cedência dos slots pela companhia aérea portuguesa foi um dos compromissos assumidos para viabilizar o auxílio de Estado de 3,2 mil milhões euros, parte deles em compensações pelos prejuízos provocados pela pandemia. O remédio visou “mitigar possíveis distorções indevidas da concorrência criadas pelo auxílio à reestruturação que recebeu de Portugal, aprovado pela Comissão em dezembro de 2021”, explicou Bruxelas.

O responsável da Easyjet referiu que a companhia britânica venceu o concurso logo no primeiro critério, que dizia respeito à capacidade acrescentada, uma vez que se comprometeu a operar as 18 faixas horárias em pleno durante todos os dias do ano. Uma obrigação que vai ter de cumprir durante um período de cerca de três anos. José Lopes revelou que a Ryanair não foi o único adversário, mas referiu não poder dizer o nome dos restantes por uma questão de confidencialidade.

O diretor-geral da transportadora low-cost assinalou a importância da vitória como uma “oportunidade única” para reforçar a quota num aeroporto saturado como o de Lisboa, tendo em conta que um novo aeroporto só estará pronto dentro de vários anos.

(Notícia atualizada às 12h15)

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