Sabe onde gasta mais tempo no trabalho? Em 45 anos, 180 dias são passados a corrigir gralhas

Corrigir erros de escrita demora, em média, 180 dias numa carreira de 45 anos. Fazer o loggin em plataformas absorve 145 dias. O mesmo tempo é gasto a olhar para um ecrã à espera que algo aconteça.

Um terço da sua vida é passado a dormir. Quase uma década a olhar para o seu smartphone. E quatro meses a decidir o que ver nos serviços de streaming. E em contexto laboral? Sabe quais as atividades onde gasta a maior parte do seu tempo? A correção de gralhas e erros ortográficos demora, em média, 20 minutos por dia de trabalho. Feitas as contas, este tempo equivale a 180 dias — ou seja, meio ano — ao longo de uma carreira de 45 anos, revela um novo estudo realizado por académicos da Maryland and Delaware Enterprise University Partnership.

Algumas palavras são escritas com tanta frequência que, por si só, podem gastar dias de trabalhado numa carreira. Thnaks” (em vez de “thanks”) é o erro mais comum no mundo anglófono, seguido de “teh” (em vez de “the”), “yuo” (em vez de “you”) e “rember” (em vez de “remember”). “Bets wishes” (que deveria ser “Best wishes”) é, também, uma gralha muito frequente.

Fazer o loggin em ferramentas e plataformas de trabalho é a segunda atividade em que os profissionais gastam mais tempo: 145 dias ao longo de uma carreira, mais precisamente. Porquê? “Preocupações com a segurança justificam que algum tempo seja absorvido desta forma. Mas são desperdiçados meses a tentar lembrar senhas, a introduzi-las erradamente ou a atualizá-las”, explica o The Economist. (conteúdo em inglês com acesso reservado) O mesmo tempo é gasto apenas a olhar para um ecrã, à espera que algo aconteça.

Apesar de a tecnologia acelerar e tornar mais eficientes uma quantidade significativa de tarefas, o estudo mostra, também, que está no centro da maioria do tempo desperdiçado em atividades laborais.

Também ao encerrar os sistemas e aparelhos se desperdiça um tempo similar, nomeadamente a eliminar janelas de ajuda, a rejeitar pedidos repetidos para agendar atualizações ao sistema operativo e a fechar anúncios pop-up. Tentar pausar a reprodução automática de um vídeo também absorve o tempo que poderia ter sido usado a aprender a tricotar ou mesmo a visitar o Machu Picchu (Peru), compara o estudo da Maryland and Delaware Enterprise University Partnership.

Um conjunto de atividades de arrumação e organização da zona digital de trabalho absorvem, em média, mais de quatro meses da vida de um trabalhador. Já a eliminação de emails ocupa cerca de seis semanas da sua vida. E clicar em apps como o Slack para ler mensagens que não lhe são dirigidas ou mesmo a apagar links que nunca irá abrir ocupam também vários dias.

As tentativas de formatação de documentos também constituem outra grande “perda” de tempo. Pense nas tentativas de alterar as margens de um documento Word ou nas horas que já gastou a tentar resolver problemas com fórmulas numa folha de cálculo. Segundo o estudo realizado por académicos, William Shakespeare precisou de exatamente o mesmo período temporal que um trabalhador passa a mudar o tamanho e a fonte da letra para escrever “Rei Lear”.

Mas há mais, e muitas destas atividades exigem agora de mais tempo e tornaram-se mais rotineiras com o trabalho remoto. Agendamento de reuniões que, mais tarde, são canceladas: mais de um mês. Esperar que as pessoas se apercebam que estão em mute numa videochamada e repitam a frase: uma quinzena. Elaborar um email para, depois, deixá-lo na pasta de rascunhos: dois dias.

Apesar de a tecnologia acelerar e tornar mais eficientes uma quantidade significativa de tarefas, o estudo mostra, também, que está no centro da maioria do tempo desperdiçado em atividades laborais.

O estudo, realizado por académicos da Maryland and Delaware Enterprise University Partnership, envolveu um inquérito sobre o uso do tempo a mais de 5.000 trabalhadores nos Estados Unidos e Grã-Bretanha.

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