Ministro sobre a TAP: “Uma empresa que dá prejuízo não pode aumentar os custos laborais”
"A TAP ainda é uma empresa a travessar dificuldades, com uma enorme pressão financeira", alerta Pedro Nuno Santos, explicando que não basta voltar aos níveis de 2019.
O ministro das Infraestruturas deixa um alerta aos trabalhadores da TAP: “Uma empresa que dá prejuízo não pode aumentar os custos laborais”. Pedro Nuno Santos acrescentou ainda que espera que não haja recurso a greves e que a empresa não pode correr o risco de pôr em causa o plano de reestruturação negociado com Bruxelas.
“A TAP está num processo difícil de recuperação e não tem a margem financeira toda que lhe permita aumentar de forma desorganizada ou desestruturada os custos laborais“, disse o ministro que tutela a empresa à margem da cerimónia de consignação da eletrificação da linha do Algarve.
A TAP está a recuperar níveis de atividade, reconheceu o ministro, e “está a aproximar-se dos valores de 2019, o melhor ano de sempre”, acrescentou. “Mas, nesse ano, a TAP também deu prejuízo, por isso não basta voltar aos níveis de atividade de 2019 para repor as condições que se tinha antes de 2019”, remata Pedro Nuno Santos.
O ministro manifestou o desejo que seja possível conseguir “ter a paz social que a TAP precisa e o país merece” e disse ter a certeza de que “os sindicatos estão conscientes da situação da empresa”. “Esperamos que não haja greves no verão”, disse claramente, porque “as paralisações são altamente disruptivas para a empresa e para o país”. “Creio que o país não compreenderá depois do esforço que fez para salvar a TAP, que ao segundo ano do plano de reestruturação entre numa situação de conflitualidade social”, frisou não querendo dar quaisquer detalhes sobre a reunião de quinta-feira com o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).
“Os portugueses fizeram um investimento massivo para salvar uma companhia aérea que era muito importante para a economia nacional”, sublinhou Pedro Nuno Santos numa referência aos 3,3 mil milhões de euros injetados na empresa. “Valorizamos o esforço e sacrifício que os trabalhadores da TAP estão a fazer também para salvar a companhia aérea onde trabalham, mas salvar a TAP significou um esforço muito grande pela parte de todos os portugueses”, frisou.
“Foram assinados acordos de emergência e não esperamos outra coisa que não seja o cumprimento” dos mesmos, disse Pedro Nuno Santos. “A TAP ainda é uma empresa a atravessar dificuldades com uma enorme pressão financeira”, a que acresce agora o aumento dos custos dos combustíveis. “A TAP não está propriamente em situação financeira que lhe permita reverter os cortes que foram fundamentais para sustentar a situação da empresa”, frisou.
Recusando comentar o cancelamento do plenário de trabalhadores, que implicaria o cancelamento de 120 voos, Pedro Nuno Santos tentou deitar água na fervura dizendo que, apesar da existência dos acordos de emergência, a administração da TAP está “sempre disponível para ir trabalhando com os trabalhadores para ir fazendo alguns ajustamentos possíveis, que não ponham em causa a situação financeira da empresa, nem os planos de reestruturação negociados e acordados com Bruxelas”. No entanto, por inúmeras vezes, o ministro das Infraestruturas fez questão de frisar que a administração tem total autonomia de gestão apesar de a TAP ser uma empresa pública.
(Notícia atualizada às 13h13 com mais informações)
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