Empresas nos EUA pagam combustível para reter trabalhadores
Numa tentativa de reter trabalhadores, os empregadores norte-americanos começaram a oferecer subsídios de combustível, cartões-presente, e a promover o teletrabalho.
A subida global dos preços dos combustíveis, aliada a uma crescente apreensão por parte dos trabalhadores em regressar ao trabalho presencial, está a levar empresas norte-americanas a adotarem medidas especiais para reter os trabalhadores, noticia o The Wall Street Journal.
Entre as medidas avançadas estão a oferta de subsídios de combustível, cartões-presente, bem como a manutenção do trabalho remoto, e embora alguns executivos se mostrem preocupados com a possibilidade de uma recessão, vários defendem ser essencial tornar as deslocações para o trabalho acessíveis. O motivo desta posição prende-se com o facto de as ofertas de trabalho, e o número de demissões, terem atingido em março os níveis mais elevados em registo, uma tendência que ainda se mantém, asseguram os patrões.
Os empregadores norte-americanos queixam-se de dificuldades em preencher vagas, e alguns defendem mesmo que o número de trabalhadores a “desaparecer” antes do seu primeiro dia de trabalho está a aumentar. Patrões nas áreas da restauração, companhias aéreas, empresas de limpeza e fabricantes falam numa vaga de candidatos que aceitam cargos e não se apresentam para trabalhar.
Neste sentido, os empregadores defendem agora que apoiar as deslocações para o trabalho dos seus funcionários é essencial, visto que os trabalhadores se mostram preocupados com o aumento dos preços dos combustíveis, e com o eventual retorno ao trabalho presencial.
Alguns dos patrões entrevistados pelo jornal americano optaram por aumentos generalizados, entre 6% e 30%, na remuneração mensal; outros optaram por garantir um bónus mensal de 30 e 50 dólares, ou cartões de débito pré-pagos exclusivamente para combustível; um outro grupo optou ainda por um reembolso de 58,5 cêntimos por cada quilómetro percorrido em contexto de trabalho, ou ainda um bónus único de 300 dólares em combustível.
No entanto, nem todos os empregadores se mostram adeptos destas medidas, pois não descartam um cenário de recessão económica que os obrigue a despedimentos, ou estão focados em assegurar o seguro de saúde em simultâneo com um acréscimo de 50% nos custos de produção.
O preço médio do galão americano de gasolina (cerca de 3,78 litros) nos EUA ultrapassou recentemente os cinco dólares (4,74 euros), um valor que foi de encontro com uma taxa de ocupação de 44% dos escritórios nas principais cidades norte-americanas.
Em Portugal, é esperada na próxima semana uma descida no preço dos combustíveis, embora o preço se vá manter acima dos dois euros: 2,05 cêntimos por litro de gasóleo simples e 2,111 euros para a gasolina simples 95. A descida reflete os receios dos investidores perante o arrefecimento da atividade económica nos EUA, que levaram a quebras de 6% nos preços do barril de petróleo. Neste sentido, o Presidente norte-americano, Joe Biden, já pediu a suspensão dos impostos sobre a gasolina durante três meses devido à inflação elevada.
Relativamente ao teletrabalho, algumas empresas em Portugal já começam a tornar opcional o regresso ao escritório. No caso da retalhista Lidl, os escritórios irão continuar disponíveis para os colaboradores que desejem regressar, mas no lugar de dois dias, os colaboradores de escritório vão poder trabalhar toda a semana remotamente a partir de 1 de julho. A medida vai abranger 750 dos 8.200 colaboradores da cadeia alemã, e a aposta insere-se numa estratégia de flexibilização do mercado de trabalho.
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