Lisboa é a terceira melhor cidade do mundo para viver. Apenas Copenhaga e Zurique têm mais estrelas
A capital portuguesa, que não é estreante neste ranking da revista Monocle, subiu quatro posições. Os baixos níveis de poluição e o espírito empresarial pesaram na classificação lisboeta.
Lisboa é a terceira cidade do mundo mais vanguardista, segura, sustentável e inspiradora onde se pode viver tudo em 2022. A capital portuguesa, que não é estreante neste ranking da revista Monocle, subiu, este ano, quatro posições na tabela que avalia a qualidade de vida de 25 cidades a nível mundial. Os baixos níveis de poluição são um fator chave para a atratividade lisboeta. Copenhaga (Dinamarca) e Zurique (Suíça) são as cidades que ocupam o primeiro e segundo lugares do pódio, respetivamente, revela o inquérito à qualidade de vida elaborado da Monocle, já vai na sua 15.ª edição.
“A cidade de Lisboa planeia reduzir as suas emissões de carbono em 60% até 2030 e um terço do orçamento da Câmara Municipal tem sido dedicado a tornar esta retórica sublime numa realidade”, destaca a equipa da Monocle.
Além disso, também é salientado o espírito empresarial da cidade. “Tem sido um bom ano para as empresas. À medida que os números do turismo se aproximam dos níveis pré-pandémicos, as despesas aumentaram e ajudaram as muitas lojas e restaurantes independentes da cidade.”
Por outro lado, há uma ‘pedra no sapato’ de Lisboa que também merece destaque. O risco de uma crise habitacional poderá influenciar negativamente a qualidade de vida e atratividade da cidade, alerta a Monocle.
“Apesar da boa aparência, brilho e encanto de Lisboa, existem desafios e a habitação é o mais premente. Uma nova lei a limitar que tipos de edifícios podem ser alugados como arrendamentos de curto prazo irá ajudar os residentes, ao mesmo tempo que há também um programa para fazer uso das estimadas 48.000 casas que estão agora vazias”, refere a equipa da publicação.
Apesar da boa aparência, brilho e encanto de Lisboa, existem desafios e a habitação é o mais premente.
Copenhaga lidera na qualidade de vida
Este é já o segundo ano consecutivo em que a capital da Dinamarca ocupa o primeiro lugar deste ranking. Para a revista, a cidade continua a ser a melhor do mundo para se viver, sobretudo por “procurar sempre formas de tornar a vida melhor, mais fácil e mais gratificante para os seus moradores”.
“Copenhaga tem colocado consistentemente peões, bicicletas e pessoas no centro da cidade e tem compensado. A cidade limpou o porto para a natação e os benefícios e provisões para os cidadãos são generosos. Copenhaga tem mantido vivo o comércio e os restaurantes independentes. É, também, um local entusiasmante para os empresários, tem museus líderes mundiais e planos ambiciosos para tornar a cidade mais verde, reciclar mais e ser um bom local para se viver”, justifica o editor Josh Fehnert.
“Pode não ser tão glamorosa como outras cidades, mas o caminho para chegar ao topo é o pensamento consistente e centrado no ser humano, o planeamento conjunto e a criação de espaços para que os bairros prosperem”, acrescenta.
As cidades nórdicas têm sido, desde a primeira edição do inquérito à qualidade de vida da Monocle, muito bem pontuadas. A par de Copenhaga, Helsínquia (Finlândia), Estocolmo (Suécia) e Oslo (Noruega) figuram consistentemente no ranking. Este ano, Helsínquia e Estocolmo mantiveram-se no top 5, embora tenham sido empurradas para baixo devido à entrada de Lisboa.
Helsínquia ocupa, agora, a 4.ª posição e Estocolmo a 5.ª. posição. Já Oslo está mais distante dos países vizinhos, figurando no 23.ª lugar da tabela.
Os editores da Monocle sugerem que as capitais nórdicas são quase sempre tão consistentes graças à sua pequena dimensão e tranquilidade, por estarem muito centradas no peão e por serem ambientalmente ambiciosas e exigentes na manutenção da relação com a natureza. Isto sem negligenciarem o seu caráter distintivo, a socialização e o encanto.
Milão estreia-se no ranking
O ranking de 2022 viu apenas uma nova entrada no top 25. A cidade de Milão figura no 21.º lugar da tabela, impulsionada por uma “Semana de Design bem sucedida” e um “ambicioso programa de desenvolvimento de infraestruturas públicas antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026”.
Os impactos da pandemia e os sucessivos confinamentos penalizaram, sobretudo, as pontuações de Tóquio (Japão), que surge em 6.º lugar, tendo caído uma posição comparativamente com o ano passado; Brisbane (Austrália), que passa para o último lugar do ranking, descendo seis patamares; e, também, Auckland (Nova Zelândia), que figura na 16.ª posição e, em 2021, ocupava o 8.º lugar.
Veja aqui o ranking completo:
Compilado pelos editores e colaboradores internacionais da revista, o ranking da Monocle baseia-se numa multiplicidade de fatores que abrangem dados objetivos, tais como taxas de criminalidade, tempos de resposta das ambulâncias, números de emprego e desigualdade de rendimentos, bem como experiência direta da equipa global de correspondentes da revista no terreno e planos para futuras melhorias infraestruturais. A classificação detalhada consta da Monocle 155, agora nas bancas.
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