Air France diz que operações “degradadas” se devem a fatores externos
“Contratámos 300 pilotos, 200 técnicos de manutenção e muitos trabalhadores sazonais”, disse a presidente executiva da empresa, assegurando que a Air France se preparou para o verão.
A Air France reconheceu esta segunda-feira que as suas operações estiveram “severamente degradadas” nas últimas duas semanas, mas atribuiu a culpa a “assuntos externos”, nomeadamente problemas nos aeroportos e greves, segundo uma carta da presidente executiva (CEO).
Na mensagem, enviada aos clientes, Anne Rigail garantiu que a transportadora se tinha preparado para a retoma do transporte aéreo, mas que isso não foi suficiente para evitar os problemas que estão a atingir os aeroportos europeus. “Temos estado a preparar-nos durante meses para este verão”, destacou, garantindo que a companhia aérea “manteve os investimentos na renovação da frota”, tendo ainda voltado a recrutar trabalhadores, a partir de 2021.
“Contratámos 300 pilotos, 200 técnicos de manutenção e muitos trabalhadores sazonais” para o verão, salientou. Além disso, a companhia pediu aos seus parceiros e prestadores de serviços para se “prepararem para uma forte procura”, já a níveis muito próximos de 2019, tendo reaberto quase toda a sua rede, com 196 destinos.
Assim, a CEO da Air France disse que a companhia se preparou “com a máxima antecipação”, tendo em conta as dificuldades em recomeçar a operação, depois da paragem abrupta de 2020, sublinhando que a transportadora estava no “caminho certo” no primeiro trimestre.
“Infelizmente, temos de destacar que nas últimas duas semanas as nossas operações foram severamente degradadas por fatores externos, quer sejam ações industriais de terceiros fora do nosso controlo ou problemas nas infraestruturas”, reconheceu. “Isto pode ter causado atrasos na chegada aos destinos, bagagens que se atrasaram ou mesmo cancelamento de voos, impostos por entidades para preservar o funcionamento do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris”, referiu.
A CEO assegurou que a companhia está “a trabalhar sem descanso” para resolver cada situação individual, em particular no que diz respeito ao encaminhamento de bagagens, que está atrasado desde sexta-feira, devido a um ação industrial que escapa ao seu controlo, avisando que irá levar “dias” a resolver a situação e agradecendo a paciência dos clientes.
Segundo a CEO, as autoridades aeroportuárias de Paris estão “totalmente mobilizadas” para encontrar soluções que acabem com os problemas dos últimos dias. Uma greve de trabalhadores cancelou dezenas de voos no aeroporto de Paris Charles de Gaulle (CDG), nos últimos dias. No principal aeroporto da capital francesa, o conflito está relacionado com os salários e condições de trabalho.
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