Elétricos crescem 62,7% no pior semestre para o setor automóvel

Setor automóvel em queda no primeiro semestre de 2022 face aos valores pré-pandemia, mas número de elétricos, plug-in e híbridos elétricos cresce 17,2%, com puros elétricos a aumentar 62,7%.

O número de novas matrículas de veículos elétricos, plug-in e híbridos elétricos cresceu 17,2% no primeiro semestre do ano, avançou esta segunda-feira a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), um crescimento de destaque num período marcado por quedas no mês de junho. Só os veículos puramente elétricos cresceram 62,7% no primeiro semestre de 2022.

Em junho foram matriculados em Portugal 5.011 automóveis ligeiros de passageiros novos elétricos, plug-in e híbridos elétricos, um valor que ficou 11,2% abaixo do registado no mês anterior. Já no primeiro semestre do ano, as matrículas deste tipo totalizaram as 27.041 unidades, ou mais 17,2% face ao mesmo período de 2021. Só as matrículas de veículos ligeiros de passageiros novos e elétricos cresceram 62,7% nos primeiros seis meses do ano, em termos homólogos, o que representa 7.637 unidades.

No ramo dos veículos ligeiros de mercadorias também houve um aumento do mercado de elétricos, plug-in e híbridos elétricos, com 33 unidades matriculadas em junho, tendo chegado às 350 unidades em termos acumulados. Já no que toca a veículos pesados, não houve qualquer variação no número de veículos elétricos no mês de junho, nem nos primeiros seis meses de 2022, havendo apenas uma unidade matriculada.

Apesar do crescimento do segmento de veículos elétricos no primeiro semestre do ano, a oferta deste tipo de veículos tem sido asfixiada por diversas questões que se agravaram com a guerra na Ucrânia. Enquanto a pandemia levou a uma crise global nas cadeias de abastecimento, conduzindo a uma falta de chips, esta carência foi agora exacerbada pelo recente confinamento em Xangai, na China, onde se encontram algumas das principais fábricas do setor automóvel.

A agravar a falta de chips está também a guerra na Ucrânia, que atirou para níveis históricos o valor de metais usados no fabrico de componentes eletrónicos. Como resultado, as marcas automóveis estão agora a ser forçadas a colocar os clientes em longas listas de espera enquanto esperam pelos fornecimentos, e mesmo a construção de novos postos de carregamento também está a enfrentar atrasos de até meio ano.

Em termos globais, o mercado automóvel português registou uma queda 9,4% no primeiro semestre do ano (89.982 novos veículos), face a igual período de 2021, embora a queda ascenda a 27,5% face aos dados pré-pandemia de 2019. Só em junho de 2022, as novas matrículas caíram 18,6% (total de 18.087 registos) face ao mesmo mês de 2021. Face a junho de 2019, a queda corresponde a 39,2%.

Mercado de duas rodas, triciclos e quadriciclos afunda em junho

O mercado de ciclomotores, triciclos e quadriciclos caiu 9,2% em junho de 2022, face ao mês anterior, tendo sido matriculadas 3.922 unidades. Já a variação acumulada correspondente ao primeiro semestre do ano registou um aumento de 12,3%, face ao primeiro semestre de 2021.

A nível individual, os ciclomotores afundaram 4% em junho deste ano, em termos homólogos, com 143 novas unidades. Já de janeiro a junho de 2022 o acréscimo foi de 0,4%, um aumento marginal e em linha com o verificado em igual período homólogo de 2021, correspondendo a 791 novas matrículas.

Os motociclos também registaram uma variação semelhante com uma queda de 10% em junho face ao mesmo mês de 2021 (3.654 registos), sendo que no primeiro semestre do ano a variação já é de mais 12%, com 18.999 novos motociclos, em termos homólogos. No que respeita aos motociclos até 125 cm3, estes verificaram também um aumento 1,2% em junho, face ao mesmo mês de 2021; em termos semestrais, este aumento foi de 16,1% (10.162 unidades) face aos primeiros seis meses de 2021.

Nos motociclos com cilindrada superior a 125 cm3, a variação correspondeu a um decréscimo expressivo de 22,3% (1.516 veículos) em junho de 2022, face ao mesmo mês de 2021. Em termos acumulados, o crescimento situou-se nos 7,7% face ao primeiro semestre de 2021, o que representa 8.837 novos registos.

O mercado de triciclos, do grupo em análise, foi o que mais caiu percentualmente em junho deste ano com um decréscimo de 54,5% face a maio, com apenas 15 unidades matriculadas. Em termos acumulados a variação também é negativa com uma queda de 14,1% face ao primeiro semestre de 2021 (110 veículos). Já os quadriciclos ficam em contraciclo com um aumento de 44,7% em junho de 2022, face ao mesmo mês de 2021, com 110 unidades. Na variação do primeiro semestre o crescimento é de 56%, em termos homólogos, contanto com 652 registos.

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