Onda de despedimentos chega às tecnológicas em Portugal. Remote vai dispensar 100 pessoas
A decisão é justificada pela startup, fundada pelo holandês Job van der Voort e pelo português Marcelo Lebre, à luz da atual "incerteza económica" e da recessão nas startups tecnológicas.
A Remote avançou esta quarta-feira com um processo de despedimento de uma centena de trabalhadores, incluindo a extinção de 8% dos postos de trabalho em Portugal, que representam 1% da equipa global da empresa. A decisão é justificada pela startup, fundada pelo holandês Job van der Voort e pelo português Marcelo Lebre, à luz da atual “incerteza económica” e da recessão nas startups tecnológicas. Indemnizações e cedência de material informático são algumas das formas encontradas para minimizar o impacto entre as pessoas afetadas. A notícia foi avançada pelo Público e confirmada pela Pessoas junto da Remote.
“Podemos confirmar que hoje tomámos a difícil decisão de iniciar um processo de despedimento com impacto em cerca de 100 colegas de equipa da Remote. Foi uma decisão extremamente difícil, mas à luz da incerteza económica, estamos a tomar a decisão consciente de mudar o nosso caminho para nos concentrarmos na sustentabilidade a longo prazo”, afirma fonte oficial da empresa em declarações à Pessoas. “8% dos nossos profissionais em Portugal foram afetados, o que corresponde a 1% da nossa equipa global”, acrescenta.
Vendas, recrutamento e marketing são as principais equipas que vão sofrer reduções, mas também algumas funções de apoio, tanto técnicas como não técnicas. Embora “doloroso”, a Remote – que conta com 1.028 trabalhadores – acredita que este passo garantirá a sustentabilidade da empresa a longo prazo. “Queremos garantir que ainda estaremos por perto nas próximas décadas. Este passo ajudar-nos-á a concentrarmo-nos ainda mais em criar oportunidades para empresas e indivíduos em qualquer lugar, através do acesso ao emprego global.”
Foi uma decisão extremamente difícil, mas à luz da incerteza económica, estamos a tomar a decisão consciente de mudar o nosso caminho para nos concentrarmos na sustentabilidade a longo prazo.
“Estamos muito gratos por todas as suas contribuições e estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para assegurar que elas são cuidadas durante esta transição, incluindo oferecer pagamentos financeiros generosos a todos os funcionários afetados e permitir-lhes manter o seu equipamento informático e outros fornecidos pela empresa”, assegura a mesma fonte.
Há apenas três meses, a Remote foi notícia por angariar 300 milhões de dólares (270 milhões de euros no câmbio da altura). Era a terceira grande ronda de financiamento, apenas nove meses depois de outra ronda de 150 milhões de dólares.
Os sinais de que o ambiente “quente” e a elevada liquidez de financiamento no ecossistema de startups estão a arrefecer estão a evidenciar-se. Depois de períodos de elevado crescimento operacional, sucedem-se pelos Estados Unidos e pela Europa anúncios de redução de pessoal. a Klarna ou os unicórnios Getir (decacórnio desde março) e Gorillas, estes últimos fortemente alavancados por rondas de investimento que avaliaram as duas empresas em mais de mil milhões de dólares (931,65 milhões de euros), são apenas alguns dos anúncios mais recentes. A Remote é, agora, o caso mais notário entre as startups tecnológicas em Portugal.
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