Governo reúne-se com CAP para reforçar programa Eu Sou Digital junto dos agricultores
O secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa reúne-se esta quinta-feira com a Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) para reforçar o programa Eu Sou Digital.
O secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa reúne-se esta quinta-feira com a Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) para reforçar o programa Eu Sou Digital, uma vez que a capacitação digital “é um desafio importante”.
A reunião com a CAP “é uma primeira de muitas reuniões que vamos ter”, afirmou à Lusa Mário Campolargo, que pretende dar mais um ímpeto a este programa, salientando que a capacitação digital foi identificada como prioridade para os agricultores.
A capacitação digital “é um desafio importante”, sublinhou, apontando o Digital Economy and Society Index (DESI) a nível europeu, em que Portugal tem ainda 16% da população que “não sabe usar adequadamente a Internet”.
“Num mundo progressivamente cada vez mais digital” esta população não consegue “tirar partido dos serviços, dos produtos” digitais, quer da Administração Pública, quer dos privados, argumentou o governante. “As competências básicas são cruciais para que possamos tratar o digital por tu e, numa segunda fase, para que utilizemos de facto o digital como um companheiro para, sob o ponto de vista económico e de competitividade, transformarmos o país num país com maior sucesso”, prosseguiu Mário Campolargo.
A capacitação digital “é, sob o nosso ponto de vista, um dos fatores essenciais da transição digital, a par com o investimento que fazemos na capacitação e na transformação digital das empresas e também na digitalização da Administração Pública”, enfatizou.
O secretário de Estado salientou que existem programas de capacitação digital em vigor focados não só nas competências básicas (Eu Sou Digital), como também em formação avançada nas tecnologias (Como o UPSkill, por exemplo).
Mário Campolargo referiu que ao mesmo que tempo que se aumenta as competências digitais, há também um fator de inovação e crescimento económico para o país.
O Eu Sou Digital, explicou, é “um programa de iniciativa governamental”, executado pelo MUDA – Movimento pela Utilização Digital Ativa, mas “que é implementado por meio de parcerias alargadas com outras entidades públicas e muitas entidades privadas”, onde se incluem juntas de freguesia, câmaras municipais, empresas desde o setor bancário, financeiro, comunicações, entre outros, bem como associações empresariais.
O programa “é implementado de uma forma que visa de alguma maneira capacitar com as competências digitais básicas aquela camada da população que está digitalmente infoexcluída”, referiu Mário Campolargo.
Alvo são maiores de 45 no ativo
O grupo alvo do programa são os que têm mais de 45 anos e que estão na vida ativa, mas também aqueles que saem da vida ativa, “estão na sua merecida reforma e que precisam destas competências básicas para uma miríade de opções da sua vida”, explicou.
O encontro com a CAP surge neste âmbito, trata-se de uma “associação que representa os agricultores e, digamos, a dimensão digital dos agricultores foi identificada como uma prioridade, quer para eles, quer para nós”.
“[A intenção é] criarmos aqui uma sinergia que permita, através desta associação, como amanhã de outras associações, do comércio, associações locais, regionais”, entre outras, “atingir o máximo da população de infoexcluídos e trazê-los para estas competências básicas digitais”, rematou.
A capacitação da população decorre por intermédio de mentores voluntários que se formam através de uma curta formação online, que se inscrevem por telefone ou acedendo ao site do programa. A formação pode acontecer em ambiente familiar ou em locais de proximidade.
“O que é importante é de alguma maneira termos também a identificação das pessoas que beneficiam desta ação, porque a partir do momento em que as pessoas têm uma competência básica, então podemos desenhar competências acrescidas específicas que vão ajudar a que cresçam no seu conhecimento digital e possam progressivamente utilizá-lo e ter esta linguagem digital”, sublinhou Campolargo.
Para chegar aos 16% da população que não usa normalmente a Internet, adianta, tem-se “estabelecido um esforço grande mobilização de norte a sul do país”, apontando a criação de zonas piloto e o trabalho com a Associação Nacional de Municípios, juntas de freguesia, politécnicos, universidades, com as escolas, estabelecer protocolos com todo um conjunto de outras entidades “que possam garantir a capilaridade desta ação e o conhecimento da população e das franjas da população que devem ser objeto” desta ação.
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