“O nosso país só tem uma doença: o excesso de burocracia”, diz Carlos Tavares

Em visita à fábrica de Mangualde, o presidente da Stellantis Carlos Tavares elogia a capacidade de Portugal e destaca vários trunfos em comparação com outros países europeus, apesar da burocracia.

Numa rara visita a Portugal, o presidente executivo da aliança automóvel Stellantis deixou vários elogios à economia nacional e ao setor industrial. Carlos Tavares lamenta apenas o impacto que a burocracia acaba por ter no lançamento de novos projetos.

O nosso país só tem uma doença: o excesso de burocracia. Há muitos projetos que são abandonados porque há complicações burocráticas a mais. Temos de dar mais espaço de respiração à sociedade. Para priorizar algo, seria a redução da burocracia”, sinalizou o gestor português numa sessão com jornalistas na fábrica da Stellantis em Mangualde.

Em sentido contrário, o líder da aliança automóvel apontou para vários trunfos da economia nacional:

  • “O fornecimento de energia com 60% de renováveis é um trunfo competitivo. Passar de 60% para 80% dentro de três ou quatro anos é um segundo trunfo muito competitivo dentro da Europa;
  • “A resiliência, pois temos um povo que nunca abandona o combate”;
  • “A aposta mais forte na qualidade, rigor e valor acrescentado”.

Depois disso, Carlos Tavares chamou a atenção para o “exemplo de exigência industrial” da unidade de Mangualde e de como representa uma “excelência de comportamento que não encontro noutros países”.

Salientou ainda que a fábrica tem sabido sobreviver com muito pouco dinheiro e recorrendo à inteligência das suas equipas.

“O facto de esta fábrica estar um pouco distante de outras unidades das empresas a que pertence é um fator de sustentabilidade. A sua sobrevivência está dependente da sua capacidade em justificar a sua existência. Quando se está longe de tudo, temos de tomar conta de nós. Os trabalhadores da fábrica estão habituados a fazer muito com pouco. Utilizam a inteligência deles para resolver problemas na fábrica como se estivessem a resolver problemas em casa. Essa inteligência de frugalidade é muito específica e justifica a sua continuidade.”

Para o futuro, o gestor português deixou uma receita para a economia. “A indústria faz parte da qualidade da sociedade. Temos toda a capacidade em sermos competitivos. Não há qualquer razão para que em Portugal não haja o mesmo foco utilizando a nossa educação.”

Nesta quinta-feira, Carlos Tavares anunciou que a Stellantis Mangualde vai produzir o seu quarto modelo comercial ligeiro a partir de outubro. O Fiat Doblò vai juntar-se ao Citroën Berlingo, Peugeot Partner e Opel Combo.

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