Theresa May não vai fazer favores ao setor financeiro no acordo do Brexit
O acordo da saída do Reino Unido da União Europeia não vai ter concessões especiais para as empresas de serviços financeiros, numa quebra com o defendido pelo antecessor David Cameron.
Theresa May tem uma visão diferente da de David Cameron para a City de Londres. Por isso, de acordo com fontes que preferem permanecer anónimas, não vai fazer favores especiais às empresas de serviços financeiros no acordo do Brexit.
A primeira-ministra do Reino Unido não vai dar primazia ao setor financeiro nas negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia, segundo disseram à Bloomberg três figuras da administração de May.
Embora várias empresas do setor financeiro com base em Londres, como a JPMorgan Chase & Co e o UBS, tenham ameaçado levar pelo menos parte da sua atividade para o estrangeiro se o acordo para a saída do Reino Unido vier a prejudicar a sua atividade, as fontes da Bloomberg garantiram que Theresa May não vai ter como prioridade conseguir um acordo particularmente favorável para o setor.
Ao contrário de David Cameron, que teve como um dos pontos centrais da sua campanha contra o Brexit o impacto negativo que a saída da União Europeia teria na City, o bairro financeiro da capital britânica, Theresa May dá mais importância a outras questões.
Este domingo, perante a conferência do partido conservador britânico em Birmingham, a primeira-ministra anunciou que o Reino Unido irá ativar o Artigo 50, que dá início ao processo formal de saída da UE, até março de 2017, e sublinhou que a principal prioridade será o controlo do fluxo migratório para o interior do Reino Unido, sugerindo que isso seria mais importante do que ter um maior acesso ao mercado único. Sem se referir de todo ao setor financeiro, May sublinhou ainda que procurará um acordo que permita o livre comércio de bens e serviços.
À Bloomberg, uma das fontes próximas do governo que não quis ser identificada garantiu que alguns dos principais líderes de serviços financeiros na City ainda não se tinham apercebido de que estão prestes a perder a sua posição de destaque para o governo britânico, e que ficariam chocados quando se apercebessem das circunstâncias. A mesma fonte sublinhou que as ameaças frequentes de mudar o negócio para Frankfurt ou Dublin não seriam levadas a sério pelo governo de Theresa May.
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