CP pode pôr a circular carruagens compradas a Espanha
Dois anos depois da compra, transportadora recebeu autorização para utilizar carruagens Arco. Material recuperado nas oficinas de Guifões será utilizado na Linha do Minho.
A CP já pode pôr nos carris as carruagens compradas há dois anos a Espanha. A transportadora recebeu autorização do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, pondo fim a um processo de homologação que durou mais de um ano e que incluiu entidades europeias. As carruagens vão circular no serviço interregional da Linha do Minho.
Para já, há autorização para a circulação das primeiras seis carruagens Arco recuperadas nas oficinas de Guifões desde julho de 2020, segundo o anúncio desta quinta-feira. Estas composições fazem parte de um lote de 50 unidades adquiridas junto da congénere espanhola Renfe no final de junho de 2020.
O negócio de compra deste material circulante custou um total de 1,5 milhões de euros: além de 36 carruagens Arco, vieram 14 carruagens das séries 9.000 e 10.000 da Renfe.
A recuperação de cada carruagem Arco custou 150 mil euros, 10% do preço do preço do mercado por material equiparado novo.
A CP vai pôr em marcha as carruagens Arco em conjuntos de três unidades: uma carruagem de segunda classe (80 lugares sentados), uma carruagem de primeira classe (56 lugares sentados) e ainda a composição-bar, que inclui espaço para oito bicicletas (25 lugares sentados).
Na Linha do Minho, as carruagens Arco serão rebocadas por uma locomotiva elétrica da série 2600, também recuperada nas oficinas da CP nos últimos dois anos e meio.
As novas unidades da frota da CP também vão estrear o novo sistema de informação ao passageiro (NextStop), desenvolvido internamente pela transportadora pública. Nos lugares também haverá entradas USB para carregar telemóveis e outros equipamentos.
Longo processo de homologação
As primeiras carruagens Arco deveriam ter entrado ao serviço no segundo trimestre de 2021, depois da conclusão da eletrificação da Linha do Minho. Só que a transportadora enfrentou um processo de homologação que demorou mais de um ano.
Inicialmente, a empresa contava que a homologação ficasse por conta apenas das autoridades portuguesas. Em 18 de março de 2021, a CP submeteu os documentos junto da Associação Portuguesa para a Certificação e Normalização Ferroviária. Contudo, desde novembro de 2020 que a homologação de novo material circulante é centralizada num único balcão europeu – ao abrigo das regras comunitárias.
A CP teve de construir, pela primeira vez na sua história, um processo para fazer um registo no balcão único da ERA [Agência Europeia dos Caminhos-de-Ferro]. A elaboração desse processo, a cargo da transportadora, demorou mais de um ano e implicou a consulta de várias entidades certificadoras.
Apenas depois da conclusão do desse processo é que, em 15 de março de 2022, a CP entregou o pedido de autorização para entrada em circulação junto do IMT, enquanto Autoridade Nacional de Segurança Ferroviária. Essa autorização foi finalmente concedida nesta quinta-feira.
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