BCE faz subir euro, juros da dívida e ações da banca

As decisões do Banco Central Europeu (BCE) estão a ter impacto nos mercados financeiros. O euro está a ganhar terreno contra o dólar e afasta-se cada vez mais do nível da paridade que atingiu na semana passada. Os juros associados à dívida da Zona Euro também aceleram, assim como as ações dos bancos, sobretudo os espanhóis.

O banco central acabou de subir as taxas em 50 pontos base, no primeiro aumento em 11 anos para travar a inflação. Além disso, aprovou a ferramenta anticrise para conter subidas dos juros que se afastem demasiado das taxas alemãs. Os detalhes do Instrumento de Proteção da Transmissão (IPT) serão divulgados ainda esta quinta-feira.

A moeda única avança 0,85% para 1,0261 dólares, depois de ter chegado a valer um dólar há uma semana. Taxas de juro mais altas dão força à moeda e o facto de o BCE se aproximar agora das taxas da Reserva Federal americana estão a suportar o euro.

Em relação ao mercado de dívida secundário, Portugal, Espanha e Itália estão a registar agravamentos nas suas taxas das obrigações a dez anos. A yield associada aos títulos portugueses sobe 12 pontos base e as taxas italianas e espanholas ganham 18 pontos base e nove pontos base, respetivamente. No caso italiano, há outro fator de perturbação que tem marcado do dia: a demissão de Mario Draghi, com os analistas a apontarem para eleições antecipadas no próximo outono.

Nos mercados acionistas, as ações europeias conseguiram inverter para terreno positivo, muito graças ao bom desempenho da banca — que é dos setores que tem mais a ganhar com o fim dos juros negativos na Zona Euro.

O Stoxx 600 soma 0,16% e o índice que acompanha o setor valoriza 1,2%, com bancos espanhóis em destaque: o Bankinter sobe 5,96%, Sabadell e CaixaBank avançam em torno de 4%

Por cá, o PSI continua em terreno negativo, cai 0,79% para 5.893,66 pontos.