Exclusivo TAP vai mudar-se para sede dos CTT no Parque das Nações
TAP vai mudar-se para o edifício Báltico, na Expo, em Lisboa, enquanto os CTT querem concentrar todos os trabalhadores na antiga sede do ex-Popular, sabe o ECO.
A TAP já encontrou lugar para a nova sede. A empresa vai mudar-se para a atual sede dos CTT, no Parque das Nações, em Lisboa, para um edifício com cerca de 15 mil metros quadrados e propriedade do fundo alemão Deka Immobilien, sabe o ECO. Por sua vez, a empresa dos correios quer concentrar todos os trabalhadores no edifício da antiga sede do ex-Popular, mudanças que deverão estar concluídas até ao final deste ano.
Foi em abril deste ano que a CEO da TAP comunicou aos trabalhadores que estava a “ponderar” mudar os colaboradores para novas instalações e que já estava mesmo à procura de um “edifício suficientemente grande para albergar 1.200 pessoas, situado num raio de cinco a seis quilómetros do aeroporto”, indicou em maio a Comissão de Trabalhadores, num comunicado interno citado pela Lusa.
Esta decisão foi justificada com o mau estado dos edifícios ocupados atualmente pela TAP e a intenção da companhia aérea passava por ocupar um edifício arrendado, uma vez que avançar com obras nos edifícios ocupados atualmente custaria entre 40 a 50 milhões de euros.
E é isso mesmo que vai acontecer. A administração da TAP chegou a acordo com a empresa proprietária do edifício e com a própria administração dos CTT para se mudar para a sede da empresa dos correios no Parque das Nações, em Lisboa, revelaram ao ECO duas fontes conhecedoras da operação.
Em causa está o Edifício Báltico, no número 13 da Avenida D. João II. Este prédio de escritórios tem uma área de cerca de 15 mil metros quadrados, espalhada por 16 pisos acima do solo e cinco subterrâneos. O imóvel foi construído em 2010 pela Mota-Engil e vendido em 2013 ao fundo alemão Deka Immobilien por 43 milhões de euros, naquele que foi considerado o maior negócio imobiliário dos últimos quatro anos na altura.
CTT arrendaram edifício em 2011 por 3,8 milhões de euros
Em 2011, os CTT ocuparam o edifício como arrendatários, mediante o pagamento de uma renda anual de 2,2 milhões de euros no primeiro ano e 3,8 milhões de euros a partir daí, naquela que foi uma das maiores operações de arrendamento de escritórios do país nesse ano.
Em 2018, tal como o ECO noticiou na altura, o Banco CTT decidiu abandonar o edifício Adamastor, também no Parque das Nações, poucos metros ao lado, e transferir os colaboradores para o Edifício Báltico, numa decisão que permitiu uma poupança anual de 800 mil euros com rendas. Nesse ano tiveram início as obras na atual sede do grupo, de forma a acomodar os serviços centrais do banco postal, que tinha sido lançado em 2016.
A decisão de abandonar o edifício Adamastor surgiu numa altura em que os CTT tinham em curso um ambicioso plano de contenção de custos e que incluía a redução dos encargos com rendas de imóveis. No ano anterior, em 2017, os CTT tinham vendido a antiga sede, perto da Avenida da Liberdade, em Lisboa, por 25 milhões de euros, num negócio que representou uma mais-valia de 16 milhões de euros.
CTT mudam-se para antiga sede do ex-Popular
Como surgiu, então, a decisão de abandonar a atual sede, no Edifício Báltico? Ao que o ECO sabe, com o modelo de trabalho híbrido e muitos trabalhadores em casa, a empresa liderada por João Bento decidiu ocupar apenas metade do edifício e deixar livre a outra metade. Começaram a ser feitas obras de adaptação do espaço, numa transição para um modelo de trabalho mais híbrido, sem espaços fixos para os colaboradores.
A TAP soube dessa decisão e, estando já à procura de novas instalações, entrou em contacto com os CTT, mas para ocupar todo o edifício e não apenas metade. O assunto foi discutido entre as duas administrações, sem intermediários, e chegou-se a um acordo em que os CTT deixavam aquele edifício. Contactada pelo ECO, fonte oficial da comunicação dos CTT escusou-se a fazer comentários.
Os CTT tentaram encontrar um novo espaço na mesma zona, no Parque das Nações, mas não encontraram nada à medida do que procuravam – um pouco mais pequeno. A empresa quer, assim, concentrar os colaboradores numa parte do edifício da antiga sede do ex-Popular, na Praça de Espanha, sabe o ECO, mas ainda não está nada fechado. O imóvel foi vendido em março aos espanhóis da Incus Capital por mais de 50 milhões de euros, tal como o ECO noticiou na altura.
Em declarações ao ECO após a conclusão da venda do edifício, o diretor-geral da Incus Capital em Portugal disse que o Santander ia desocupar totalmente o imóvel em junho e que seriam feitas pequenas obras “para se adequar aos novos inquilinos”. Já naquela altura se contava cerca de uma dezena de empresas interessadas, todas internacionais, incluindo norte-americanas, adiantou Tiago Brandão.
O imóvel foi remodelado em 2019 e tem mais de 24 mil metros quadrados, distribuídos por um edifício principal e dois blocos independentes. O edifício principal conta com dez pisos acima do solo (11.657 metros quadrados) e três subterrâneos.
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