Empreendimentos turísticos no Algarve vão ter de reduzir consumo de água, anuncia Duarte Cordeiro
Elevada temperatura e fraca precipitação fazem com que Portugal atravesse o ano mais seco deste século, diz ministro. Empreendimentos turísticos no Algarve vão ter que reduzir consumo.
Graças à uma conjugação de fatores desde elevada temperatura, à fraca precipitação, Portugal está a atravessar o período de seca mais agravado do último século. O alerta foi dado esta sexta-feira pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática (MAAC), anunciando um novo pacote de medidas que visa promover uma melhor gestão dos recursos hídricos – quatro no Norte do país e uma no Algarve, sendo que esta se traduz na redução do consumo de água em empreendimentos turísticos.
“Houve um reconhecimento do início da seca desde o início do ano. À medida que o ano avança, vamos tomando consciência da confirmação de que a situação hidrológica é a mais grave deste século. Graças a uma conjugação de fatores, desde elevadas temperaturas à fraca precipitação. Este é o quinto ano com precipitação abaixo da média. É a situação de seca mais grave deste século“, afirmou o Duarte Cordeiro durante uma conferência de imprensa, depois da 10ª Reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca (CPPMAES).
O governante anunciou que na sequência da reunião que contou com a participação da ministra da Agricultura, foram tomadas medidas que se juntam às 78 já adotadas em prol da gestão dos recursos hídricos e da prevenção da seca no país.
Além da campanha de sensibilização promovida pela Águas de Portugal já em curso, o Governo aprovou uma medida que visa reduzir os consumos de água em empreendimentos turísticos no Algarve; uma obra de ligação à barragem do Alto do Rabagão à barragem do Arcossó, “para incremento da resiliência deste sistema”, explicou Duarte Cordeiro, acrescentando o prolongamento do Pinhão ao sistema adutor da Vila Chã e a reativação da captação de cama para redução do volume captado na albufeira de Sambade.
Em curso, informa o governante, estão também medidas “estruturais” aplicadas no Algarve, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), entre elas, o projeto para o reforço de abastecimento e da ligação de Odeleite a partir do Pomarão, a contratação para uma avaliação de impacte ambiental da dessalinizadora em fase de projeto e as linhas de financiamento já abertas para os projetos de eficiência hídrica.
No Alentejo, acrescenta o ministro do Ambiente, a APA está a terminar o plano de eficiência hídrica que contará com “um conjunto de medidas”, quer a nível da reutilização da água, do reforço das ligações entre barragens ou de eficiência hídrica.
Presente na conferência de imprensa, Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura anunciou que o Governo tem planos de contingência para todas as albufeiras agrícolas e que isso “permite ter uma melhor avaliação preventiva e antecipação do que é necessário fazer“.
“Vivemos uma das piores secas dos últimos 100 anos e isso tem consequências graves do ponto de vista agrícola. O stress hídrico e térmico provocam um declino do rendimento das culturas, e põem em causa o abastecimento alimentar“, indicou a governante com a pasta da Agricultura.
Assim, anunciou que vai ser disponibilizado um programa de 24,5 milhões de euros para os agricultores se candidatarem para a instalação de sistemas de precisão para uso mais eficiente dos recursos. No mesmo momento, deu conta de que até ao final do mês ficarão disponíveis 30 milhões de euros para melhorar a eficiência hídrica no aproveito hidroagrícola do Mira, nomeadamente, com com a construção de uma estação elevatória e a reabilitação de todo o canal principal. “Inclui também a colocação de painéis fotovoltaicos”, anunciou.
“Hoje estamos mais bem preparados do que no passado”, garantiu Maria do Céu Antunes. “A situação em relação ao mês passado não se alterou nas 44 albufeiras hidroagrícolas, das quais 37 asseguram a campanha de rega e 7 têm as limitações que se mantêm em relação ao apresentado no mês passado”, informou.
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