Brisa congratula-se com reestruturação que “assegura futuro” da Brisal

O ECO avançou no início de junho com o acordo de viabilização da Brisal entre Brisa e credores, envolvendo um perdão de dívida de 350 milhões e um financiamento até 180 milhões junto da Allianz.

O ECO avançou no início de junho com o acordo de viabilização da Brisal, a concessionária da Litoral Centro, entre a Brisa e os credores, numa operação que envolve um perdão de dívida de 350 milhões e ainda um empréstimo obrigacionista até 180 milhões de euros subscrito pela Allianz Global Investors, a título de refinanciamento do passivo.

Esta segunda-feira, a Brisa congratulou-se com “concretização da operação de reestruturação e refinanciamento da estrutura de capital” da Brisal , pois assegura o futuro da concessionária que opera a A17, “um eixo rodoviário de grande importância na ligação dos distritos de Leiria e de Coimbra”.

“A operação consolida o controlo da Brisa sobre esta concessionária de infraestruturas públicas e vai reforçar a respetiva estabilidade financeira através do reforço do investimento, garantindo eficiência operacional e níveis de serviço”, diz a empresa liderada por António Pires de Lima em comunicado.

Como revelou o ECO, o acordo de viabilização da Brisal prevê um perdão na ordem dos 350 milhões de euros, correspondendo a um haircut de mais de 60% da dívida garantida da empresa. Foi ainda negociado um financiamento da Allianz até 183 milhões de euros para ajudar pagar um montante de 225 milhões de euros (correspondendo os remanescentes 40% da dívida garantida) aos seis credores aderentes e ainda ao BCP e CaixaBI – neste caso, por causa das cauções emitidas pelos bancos em 2006 de 5,5 milhões e que serão canceladas no âmbito deste acordo.

Além do empréstimo da Allianz, a Brisa assegurou outros 50,9 milhões de euros em prestações acessórias à Brisal, enquanto a própria concessionária da A17 também dispõe de dinheiro em caixa para a operação.

Com este acordo de viabilização, que teve luz verde do Governo, a Brisa mantém-se no controlo da Brisal (detém 70%), ao contrário do que sucedeu com a concessão Douro Litoral (AEDL), cujas ações passaram para os credores no ano passado, tal como estava previsto no acordo de princípio assinado em 2019 para resolver as disputas entre os dois lados.

A Brisal está em incumprimento desde 2012, estando reconhecidos à data de hoje créditos de mais de 840 milhões de euros. Cerca 575 milhões de euros correspondem a créditos garantidos de seis entidades que fecharam agora o acordo com a concessionária e a Brisa: a Emeral Arboretum Designated Activity Company (201 milhões de euros), o Deutsche Bank (197 milhões), a Cross Ocean (115,8 milhões), a JPMorgan Securities (26 milhões), a The Governor and Company of the Bank of Ireland (18,8 milhões) e a SC Lowy P.I. (11 milhões). Com o acordo, cada um destes credores só irá receber cerca 40%.

A Brisa disse que a implementação da reestruturação e refinanciamento era “essencial” para manutenção da atividade e para a viabilização económica da Brisal, que fechou 2021 com prejuízos de 20 milhões de euros (“revelador das dificuldades vividas”, diz a empresa) e uma situação patrimonial negativa de 440 milhões.

Caso contrário, sem um acordo para reestruturar a pesada dívida, a concessionária da A17 estaria a caminho da falência e de uma situação “manifestamente mais desfavorável” para os credores.

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