Do corte de impostos a mais subsídios, europeus aprovam pacotes de ajuda contra a inflação

Depois do impacto inicial, vários governos estão a avançar com novas medidas para reduzir os efeitos da inflação nas famílias e empresas.

A inflação continua a acelerar nas principais economias globais, e os Governos têm avançado com novos pacotes de ajuda de milhares de milhões de euros destinados a mitigar os efeitos da subida de preços para as famílias e empresas. Na Europa os anúncios têm-se sucedido nos últimos dias, sendo que em Portugal há um pacote prometido para setembro cujos detalhes são ainda desconhecidos.

O mais recente registo foi do Governo italiano, que aprovou um pacote de ajuda económica no valor de 17 mil milhões de euros, tendo em vista mitigar os efeitos da inflação, naquela que será uma das últimas medidas do primeiro-ministro Mario Draghi, que está de saída. Estas medidas não vão ter impacto no défice do país por causa das receitas acima do previsto, adiantou.

Entre as medidas encontra-se uma redução da carga tributária de 2% de julho a dezembro, a reavaliação antecipada das pensões em 2% até 35 mil euros, descontos nas contas e cortes nos impostos especiais de consumo prorrogados até 20 de setembro e ainda um novo aperto nos lucros extras.

Parlamentares franceses também aprovaram um pacote de medidas de 20 mil milhões de euros, na quarta-feira, para ajudar famílias em dificuldades a lidar com o aumento dos preços de energia e alimentos. “O seu poder de compra é nossa prioridade”, escreveu o porta-voz do governo francês Olivier Veran, no Twitter. “Para protegê-lo da inflação, mantivemos o teto de preço de gás e eletricidade e estabelecemos um teto de preço para limitar os aumentos de aluguel a 3,5%.”

O projeto de lei também inclui o aumento das pensões e algumas prestações sociais em 4%. Em combustível, um desconto atual financiado pelo Estado de 18 cêntimos por litro será aumentado para 30 cêntimos em setembro e outubro. As empresas privadas também estão a ser incentivadas a oferecer aos funcionários um bónus anual isento de impostos de até 6.000 euros.

Já o governo da Áustria apresentou um pacote de ajuda no valor de 28 mil milhões para combater a crescente inflação. O chanceler Karl Nehammer chamou a medida de um “passo histórico” que será imperativo para os mais desfavorecidos.

As novas medidas incluem aumentar os subsídios familiares, cortar impostos e enviar subsídios únicos sociais. Esta semana, um “pagamento familiar especial” de 180 euros por criança ficou pronto para ser enviado às famílias na Áustria, enquanto outros subsídios são esperados para setembro, quando pessoas de baixos rendimentos e vulneráveis, como pensionistas que recebem o mínimo e beneficiários de ajudas, receberão um pagamento único de 300 euros como compensação pela inflação.

Já outros países tinham avançado com subsídios atribuídos apenas uma vez antes do verão, como foi o caso da Holanda, que disse em março que emitiria um “subsídio único de energia” de cerca de 800 euros por família para pessoas de baixos rendimentos. Já o Governo alemão avançou com um pagamento direto de 300 euros a todos os empregados em abril para ajudar a compensar o aumento dos custos de energia.

Por cá, também chegou a ser dado um apoio de 60 euros para as famílias mais vulneráveis, que era para ser atribuído apenas uma vez mas já foi renovado por outra tranche. Para o futuro, o primeiro-ministro António Costa também prometeu um conjunto de medidas para setembro para fazer face aos efeitos da inflação, mas ainda não foram anunciados mais detalhes sobre este pacote.

“No final deste trimestre iremos adotar novo pacote de medidas para apoiar as famílias e a atividade das empresas”, revelou o Chefe de Governo, no arranque do debate do Estado da Nação, justificando a decisão “com o prolongar da guerra” que provocará uma inflação mais duradoura “do que o inicialmente previsto“. O primeiro-ministro não antecipou, no entanto, as medidas em causa.

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