Petróleo volta a cair e renova mínimos antes da invasão. “Prémio de risco da guerra evaporou-se”, dizem analistas
Brent caiu mais de 13% na semana passada e volta a ceder esta segunda-feira, negociando com valores abaixo dos registados antes do início da invasão militar da Rússia na Ucrânia.
Depois de cair mais de 10% na semana passada, o preço do petróleo na Europa volta a ceder esta segunda-feira, mantendo-se a negociar abaixo da cotação que tinha antes da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Receios com o abrandamento da procura pressionam o barril de “ouro negro”.
Em Londres, o contrato para entrega a 30 de agosto desvaloriza 0,46% para 94,48 dólares, uma cotação abaixo daquela que registava quando a 24 de fevereiro os russos iniciaram a invasão em território ucraniano.
O Brent perdeu 13,7% em termos acumulados na semana passada, a maior queda desde abril de 2020, quando o petróleo atingiu valores negativos. Esta desvalorização levou o preço dos combustíveis nas bombas a cair entre nove e dez cêntimos esta segunda-feira.
O crude em Nova Iorque segue a mesma tendência, com o WTI para entrega a 22 de agosto a cair 0,62% para 88,47 dólares por barril. Mantém-se em mínimos desde o início de fevereiro, depois da queda de mais de 9% na última semana.
Petróleo cai
Com a guerra na Ucrânia e as sanções do Ocidente contra Moscovo por conta da agressão, os preços do “ouro negro” têm estado em forte alta nos últimos meses. Ainda assim, têm vindo a aliviar lentamente mais recentemente à medida que aumentam os receios de uma recessão económica global por causa não só por causa da crise energética, mas também por causa da escalada da inflação e da intervenção dos bancos centrais para conter a subida dos preços. Com o abrandamento da atividade económica a procura por petróleo também vai cair, pressionando os preços.
Ainda na semana passada, depois de anunciar a maior subida das taxas de juro em 27 anos, o Banco de Inglaterra avisou que a economia britânica vai entrar em recessão a partir do último trimestre do ano, prolongando-se durante o próximo ano. EUA e Zona Euro também dão sinais de travagem.
“A evolução dos preços na semana passada não deixa dúvidas de que os receios em torno da procura por causa de uma recessão estão a pesar mais do que os receios do lado da oferta. Podemos mesmo dizer que o prémio de risco da guerra evaporou-se”, disse o analista da PVM Stephen Brennock, citado pela Reuters.
(Notícia atualizada às 9h50 com novas cotações)
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