APED defende “equilíbrio e bom senso” na elaboração do plano de poupança de energia
A APED recordou que a entidade promove há mais de uma década, a eficiência energética, contribuindo para a preservação do ambiente, da segurança alimentar e bem-estar dos consumiodres.
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) defendeu esta terça-feira “equilíbrio e bom senso” na elaboração do plano de poupança energética governamental, sublinhando que medidas implementadas pelas empresas de distribuição levaram a “uma redução até 30% no consumo de eletricidade por metro quadrado”.
A APED recordou que a entidade e os seus associados “promovem, há mais de uma década, a eficiência energética, contribuindo para a preservação do ambiente, da segurança alimentar e bem-estar dos consumidores.
Na última década, “as empresas do setor implementaram medidas de ecoeficiência que permitiram uma redução até 30% no consumo de eletricidade por metro quadrado de área de venda“.
Por isso, numa altura em que o Governo prepara um plano de poupança de energia e eficiência hídrica, a APED entende que deve existir equilíbrio e bom senso na elaboração deste plano“, defendeu a APED.
“Reconhecendo que existe algum espaço, tendo em conta a situação anormal que enfrentamos, para a introdução de algumas melhorias na distribuição e no retalho, a resposta à situação de crise energética deve passar sobretudo pela consulta e envolvimento dos diferentes setores de atividade e por iniciativas de duração limitada”, considera a associação, para quem o desafio de consumir menos energia “não pode estar separado da necessidade de produzir mais e melhor energia”.
Na sua opinião, “uma política pública que não tenha em conta a necessidade de melhorar os processos inerentes à instalação de centrais de produção de energia para autoconsumo não tem em conta a realidade e uma perspetiva de médio prazo”.
A APED “está, como sempre, disponível para dar o seu contributo para o plano de poupança energética que está a ser desenhado, bem como para reforçar a sensibilização junto dos consumidores para a adoção de comportamentos sustentáveis, prática que desenvolve diariamente no domínio do uso eficiente dos recursos e promoção de um consumo responsável”, sublinhou a associação.
A associação referiu ainda que a instalação de equipamentos de elevada eficiência energética, em particular tecnologias de refrigeração, arcas congeladoras, instalação de portas murais refrigeradas nos móveis de frio, implementação de sistemas de monitorização de consumos, ou ainda a adoção de iluminação eficiente, são alguns dos exemplos daquilo que todo o setor tem vindo a desenvolver.
“Merece também destaque a regulação periódica dos ‘set-points’ dos sistemas de climatização, a instalação de comandos de fracionamento da iluminação e regulação da intensidade luminosa, a formação e sensibilização contínuas das equipas para as boas práticas de eficiência energética”, acrescentou a APED, apontando ainda “o consumo de energia proveniente de fontes renováveis e a instalação progressiva de sistemas fotovoltaicos nos pontos de venda”.
Enquanto associação de um setor “que representa 11% do PIB [produto interno bruto] nacional, a APED tem dinamizado um trabalho contínuo na promoção da eficiência energética do setor, através do Plano de Promoção de Eficiência do Consumo de Energia Elétrica (PPEC), e lançou no final do ano passado as bases para a construção do Roteiro para a Descarbonização do Setor, uma iniciativa assente nas melhores práticas a nível internacional, que visa descarbonizar o setor até 2040 e cuja apresentação oficial será feita em outubro”, concluiu a entidade.
O Ministério do Ambiente vai apresentar “em breve” um plano de poupança energética que poderá incluir medidas de limitação de consumo de energia nos edifícios da Administração Pública, segundo disse há uma semana à Lusa fonte oficial.
“O Ministério do Ambiente e da Ação Climática apresentará em breve um plano no qual poderão constar, por exemplo, uma campanha de sensibilização geral para a redução do consumo de energia por parte de empresas e famílias e medidas de limitação de consumo de energia nos edifícios da Administração Pública”, adiantou, na altura, fonte oficial em resposta à Lusa, sem adiantar mais pormenores.
Na semana passada, o Governo espanhol aprovou um “pacote de medidas urgentes de poupança e eficiência” energética, atendendo “à situação crítica” que vive a Europa por causa da ameaça russa de corte de fornecimento de gás.
No âmbito destas medidas, a temperatura em edifícios públicos, espaços comerciais, estações de autocarros e comboios e aeroportos em Espanha não pode ser inferior a 27 graus no verão e superior a 19 no inverno, para poupar energia.
A medida, que abrangerá também espaços culturais, entre outros, prevê também que se desligue a iluminação de montras, monumentos e outros edifícios a partir das 22:00, assim como as luzes dentro de edifícios públicos quando estão desocupados, segundo explicou a ministra com a pasta da energia no Governo espanhol, Teresa Ribera.
O Governo espanhol vai também aumentar o teletrabalho na administração pública e a ministra apelou para que as “grandes empresas” façam o mesmo, para haver menos deslocações e menos custos com a climatização de edifícios e com outros consumos de energia.
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