Banco controlado pelo grupo Amorim aumenta lucros no Brasil

Banco Luso-Brasileiro, que tem Marta Amorim na administração, volta a reportar resultados positivos no exercício de 2021, após acumular prejuízos avultados no início da aventura financeira no Brasil.

O Banco Luso-Brasileiro (BLB), em que o grupo Amorim detém uma participação de controlo conjunto de 43%, obteve lucros de 28,4 milhões de reais (5,44 milhões de euros, ao câmbio atual) no ano passado. Representou uma progressão de 2,2% em relação ao ano anterior e ficou 1% acima do que a instituição financeira tinha projetado no orçamento.

O banco fundado em 1988 e sediado em São Paulo, que tem no conselho de administração Marta Amorim, a filha do meio de Américo Amorim, falecido em julho de 2017, explica este resultado com o “desempenho positivo das provisões contra devedores duvidosos, reflexo da estabilidade do indicador de inadimplência [incumprimento] com vencidos há 90 dias ou mais”.

“Adicionalmente, tivemos destaque no resultado com operações de crédito, consequência do aumento de nossa carteira e a recuperação de 2,7 mil milhões de reais (517 milhões de euros) de ativos que estavam em prejuízo, reflexo de uma estratégia mais objetiva de cobrança do banco”, acrescenta a administração no relatório de gestão relativo ao último exercício.


Foi em janeiro de 2012 que os grupos Amorim e Ruas – este último especializado no fabrico de carroçarias para autocarros no Brasil e dono de várias concessões na área da mobilidade, incluindo uma linha de metro de São Paulo – entraram no capital do banco criado por Manuel Tavares de Almeida, um emigrante da zona de Aveiro que fez fortuna do outro lado do Atlântico.

Em 2014, depois de a família fundadora ser acusada de fraude fiscal, uso de notas falsas e por prestar informação falsa ao banco central do Brasil, Américo Amorim e José Ruas Vaz acabam por reforçar ambos as suas participações de 33% para 43%, na sequência de uma operação de aumento de capital, ficando assim com o controlo partilhado desta instituição financeira.

Depois de um início complicado, em que nos primeiros dois anos e meio após a entrada destes dois novos acionistas acumulou prejuízos superiores a 106 milhões de reais (20,3 milhões de euros), o Banco Luso-Brasileiro registou um resultado positivo agregado de 162,4 milhões de reais (31 milhões de euros) nestes últimos oito anos.

Carteira diversificada e “postura conservadora”

Principal componente dos ativos do banco, a carteira de crédito e câmbio atingiu 1.588 milhões de reais (304 milhões de euros) a 31 de dezembro de 2021, um crescimento de 30% em relação ao fim do exercício anterior. No “cumprimento da estratégia traçada de diversificação”, cerca de 60% da carteira é agora proveniente do setor do transporte público e já quase 40% do middle market (empresas de médio porte).

“O banco segue o desenvolvimento do seu modelo de negócio, objetivando o crescimento sustentável e diversificado, por meio de um melhor equilíbrio entre risco e retorno, e uma estrutura de capital e liquidez robustas. Procuramos atingir as metas definidas para o ano de 2022, aumentando a atuação junto a empresas do middle market, sem perder a quota de mercado que temos dentro do segmento de transporte público”, perspetiva.

Procuramos atingir as metas definidas para o ano de 2022, aumentando a atuação junto a empresas do middle market, sem perder a quota de mercado que temos dentro do segmento de transporte público.

Relatório do Banco Luso-Brasileiro

Já no capítulo da captação de recursos, fala na manutenção de “iniciativas que visam o crescimento da base, a diversificação das fontes de financiamento e consequente redução dos custos”. Por outro lado, promete manter uma “postura de capital conservadora, permanecendo pouco alavancado nas operações ativas, sem tomar posições de risco na tesouraria, focando na manutenção da liquidez e assegurando níveis de rentabilidade adequados”.

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