TAP com 202 milhões de prejuízos no semestre, menos de metade de 2021

Receitas do segundo trimestre foram quase iguais às de 2019. CEO alerta que "perspetivas de procura para o quarto trimestre e o próximo ano mantém-se incertas".

A TAP fechou os primeiros seis meses do ano com um prejuízo de 202,1 milhões de euros, menos de metade dos 493 milhões que tinha contabilizado no mesmo período de 2021. O resultado operacional foi positivo em 4,4 milhões.

A forte recuperação da procura pelo transporte aéreo com o fim das restrições da pandemia permitiu um aumento de 938 milhões nas receitas para os 1.321,2 milhões. O crescimento foi transversal às várias áreas, mas foi na venda de passagens que os números mais cresceram, saltando de 240 para 1.153 milhões.

A companhia liderada por Christine Ourmières-Widener transportou 5,82 milhões de passageiros entre janeiro e junho, 4,4 vezes mais do que mesmo período de 2021. A taxa de ocupação (load factor) melhorou de 48,9% para 74,7%.

Com mais aviões no ar, os custos operacionais de tráfego aumentaram 146,3% para 302 milhões, assim como as despesas com combustível, que subiram 312 milhões para 409 milhões, num contexto em que o jet fuel esteve mais caro. Já os encargos com pessoal baixaram 7,2% para 187,7 milhões. De uma forma global, os gastos operacionais saltaram 73,1% para 1.316,8 milhões.

O resultado operacional da companhia deixou de ter um sinal menos no semestre, somando 4,4 milhões contra -377,4 milhões no mesmo período do ano passado. Também o EBITDA (resultado antes de encargos com juros, impostos, depreciações e amortizações) foi positivo, passando de -140,8 milhões para 235,5 milhões entre janeiro e junho.

Receitas do segundo trimestre voltam ao pré-pandemia

A recuperação das vendas fez-se sentir ainda com mais força no segundo trimestre, graças aos 3,72 milhões de passageiros transportados. Os rendimentos operacionais atingiram os 830,6 milhões, sendo praticamente idênticos (99%) aos registados entre abril e junho de 2019, antes da pandemia, sublinha a TAP.

A oferta de lugares nas aeronaves ficou a 81% dos níveis de 2019, com a receita por lugar oferecido a superar em 8,5% o mesmo período do pré-pandemia.

“O segundo trimestre registou uma procura muito saudável e receitas por passageiro mais elevadas, o que nos permitiu compensar o aumento nos custos. O contexto continua difícil e as perspetivas de procura para o quarto trimestre e próximo ano mantém-se incertas. A execução do plano de restruturação continua a ser fundamental”, assinala Christine Ourmières-Widener no comunicado dos resultados.

O contexto continua difícil e as perspetivas de procura para o quarto trimestre e próximo ano mantém-se incertas.

Christine Ourmières-Widener

CEO da TAP

Os gastos operacionais duplicaram para 764 milhões no segundo trimestre, puxados pelo aumento dos custos operacionais de tráfego e de combustível. Os custos com pessoal subiram 28,4% para os 106,6 milhões, com a TAP a reforçar equipas para fazer face ao aumento da atividade. A transportadora chegou ao final de junho com 6.935 colaboradores, mais 131 do que um ano antes.

Olhando apenas para abril a junho, o resultado operacional foi de 66,4 milhões, contra -149,6 milhões no mesmo período do ano passado. O EBITDA totalizou 175,4 milhões. O resultado líquido foi negativo em 80,4 milhões.

A companhia liderada por Christine Ourmières-Widener chegou ao final de junho com uma dívida financeira líquida de 713,3 milhões, mais 45 milhões do que no final de dezembro. O capital próprio já é negativo em 734,5 milhões.

(notícia atualizada às 8h30)

 

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