ANA indica 72 cancelamentos em Lisboa no domingo devido à greve

Impacto da greve vai agudizar-se face à véspera. Sindicato contabilizou 54 voos comerciais cancelados em Lisboa e Porto no sábado e a quase total paralisação do setor da carga.

O site na ANA indicava esta manhã o cancelamento de 72 voos, entre chegadas e partidas, para este domingo, superior aos 44 da véspera. Os números excluem os voos cancelados da TAP, cujo “handling” é operado pela Groundforce. No Porto há, pelo menos, 20 voos que não se realizam.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac), que convocou a paralisação, contabilizou ontem 32 voos comerciais que não se realizaram em Lisboa até às 18h00 e 22 no Porto. No site do aeroporto Sá Carneiro continua a não existir referência a cancelamentos, mas segundo a CNN Portugal há 20 voos que não se realizam. “A empresa está a ocultar essa informação, nomeadamente no Porto”, afirma ao ECO Pedro Figueiredo, membro da direção do sindicato.

Questionado sobre a taxa de adesão, o responsável preferiu não adiantar números concretos, apontando que “um terço dos trabalhadores não pode fazer greve devido ao despacho” sobre os serviços mínimos (que vedou a participação dos trabalhadores da MyWay) e a empresa tem um grande número de colaboradores (cerca de metade) através de empresas de trabalho temporário. “Houve adesão, as pessoas estão indignadas e há contestação. Isso é que é preciso demonstrar”, considerou.

Num comunicado divulgado no sábado à noite, o Sintac afirmou que o segundo dia de greve dos trabalhadores da Portway ficou “também marcado por uma paralisação quase total dos trabalhadores do setor de carga, tendo sido o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, aquele que sentiu em maior número a adesão dos trabalhadores deste setor com o cancelamento de todos os voos, seguido do Aeroporto Humberto Delgado que esteve também praticamente parado”.

O Aeroporto do Funchal registou atrasos de mais de uma hora em alguns dos voos, tendo sido cancelado um voo de carga neste aeroporto. Em Faro, a adesão fez-se sentir em maior número este sábado, com 50% dos trabalhadores do setor de operações de placa a aderir à greve, um aumento de 10% face ao dia anterior”, afirmou também o Sintac.

Ontem o sindicato fez chegar imagens à comunicação social que considera “ilustrativas da falta de investimento nas infraestruturas – precárias! – que servem os trabalhadores do Aeroporto Humberto Delgado, nomeadamente nos balneários que lhes são destinados”.

O pré-aviso de greve lançado pelo SINTAC teveve início às 00h00 de sexta-feira, 26 de agosto, e mantém-se até às 24h00 de hoje, 28 de agosto.

O sindicato contesta o sistema de progressões nas carreiras, o “incumprimento do pagamento de feriados a 100%” (são pagos a 50%), o “clima de intimidação” ou a “falta de condições de trabalho”.

A empresa de handling considera que “a convocatória desta greve é um ato irresponsável pois os motivos para a convocar não correspondem à realidade, compromete a recuperação do setor e da economia nacional num período de intensa atividade da aviação e do turismo e afeta seguramente a capacidade de a empresa traduzir a tão esperada recuperação financeira em melhores condições para os trabalhadores”.

(notícia atualizada às 11h20)

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