Petróleo fica abaixo dos 100 dólares com queda de quase 3%
Barril de Brent cai para os 96,49 dólares, enquanto o crude WTI perdeu 2,3% para os 89,55 dólares. Desaceleração da China e relatório da OPEP+ alimentaram queda.
Os preços do petróleo contrariaram a tendência verificada esta manhã, com o barril de Brent a cair quase 3% para ficar baixo dos 100 dólares, dando continuidade ao efeito montanha-russa sentido desde a passada segunda-feira.
Enquanto o contrato de referência para a Europa registou uma queda de 2,8% para os 96,49 dólares, em Nova Iorque o crude WTI também seguiu em baixa com uma desvalorização de 2,3% para os 89,55 dólares por barril.
A semana tem sido marcada por um efeito montanha-russa nos preços do petróleo. Na abertura da sessão desta quarta-feira, a cotação do petróleo chegou a subir perto de 1%. Na véspera, o ‘ouro negro’ caiu mais de 5%, depois da escalada de mais de 4% na primeira sessão da semana.
A evolução do preço do barril de petróleo justifica-se face às preocupações dos investidores quanto ao desempenho da economia mundial, os sinais da OPEP+ de uma baixa procura pelo petróleo, bem como o aumento das restrições na China de forma a conter a Covid-19.
Segundo Tamas Varga, analista da PVM Oil Associates, os últimos indicadores a dar sinal de um crescimento mais lento que o esperado, dizem respeito à contração da atividade industrial chinesa em agosto, e a desaceleração da expansão do setor dos serviços no país. Algumas das maiores cidades chinesas, como Shenzhen ou Dalian, estão ainda a impor confinamentos e a fechar empresas de modo a conter surtos de Covid-19.
A atividade do setor industrial chinês deu continuidade às quedas no mês de agosto à medida que as novas infeções por Covid-19 aumentaram. Adicionalmente, a China está a atravessar a sua pior vaga de calor das últimas décadas, enquanto o seu setor imobiliário ainda se encontra em crise. Todos estes fatores estão a pesar na produção do país e sugerem uma desaceleração.
Também um relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+), aponta para um cenário de excedente de petróleo para este ano, na ordem dos 900.000 barris por dia, o que representa um aumento de 100.000 face à previsão do mês anterior. Alguns membros da OPEP+ pediram, inclusive, cortes. A OPEPp+ planeia agora reunir a 5 de setembro.
Por outro lado, dados do American Petroleum Institute (API) indicam que os stocks de gasolina caíram cerca de 3,4 milhões de barris, enquanto os destilados, entre os quais o gasóleo e o jet (combustível para aviação), recuaram cerca de 1,7 milhões de barris na semana terminada a 26 de agosto.
(Notícia atualizada às 20h30)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Petróleo fica abaixo dos 100 dólares com queda de quase 3%
{{ noCommentsLabel }}