Quem vai ficar com a rede social dos 140 caracteres?
A Alphabet (ex-Google) é nova pretendente do Twitter. A corrida à aquisição por parte da Salesforce e Disney já fez subir as ações da rede social com ganhos superiores a 3,5 mil milhões.
O Twitter não é o Tinder, mas não se pode queixar da inexistência de pretendentes. Depois da Disney e a Salesforce terem demonstrado interesse, esta segunda-feira à noite a Bloomberg avançou que a Google está a trabalhar numa possível oferta para ficar com a rede social dos 140 carateres.
Uma fonte próxima, citada pela Bloomberg, indicou que essa hipótese está na mesa sob avaliação. Segundo a agência financeira, a porta-voz do Google, Gina Scigliano, não comentou o caso.
Do lado do Twitter, a empresa contratou a Goldman Sachs e a Allen & Co para as negociações com possíveis interessados. Apesar da valorização das ações após o rumor ter sido divulgado, o Twitter não teve um ano particularmente positivo com a estagnação do número de utilizadores.
Os vídeos e os streamings através do Periscope têm sido as apostas mais recentes. Mas mesmo assim o Twitter não tem conseguido captar novos utilizadores nem aumentar o volume de receitas provenientes da publicidade.
Vai ser um conto de fadas para o Twitter?
Na semana passada, a Bloomberg também divulgou o interesse da Disney no Twitter. O terceiro player neste jogo dos gigantes tecnológicos, a Salesforce, está a trabalhar com o Bank of America para apresentar uma proposta.
Seja qual for o destino final da empresa, os problemas continuam: “As turbulências na direção da empresa, o crescimento medíocre e uma crise de identidade não resolvida”, escrevia a Bloomberg na semana passada. Será o Twitter uma empresa de media ou de tecnologia? A questão continua no ar, por resolver.
“A proposta de valor do Twitter para os anunciantes pode estar a desaparecer”, escreveu o analista Mark Mahaney, da RBC Capital Markets. Por isso, ultrapassada a fase de compra, a empresa vai ter de resolver os problemas internos, traçar um plano sólido e aplicar estratégias para inverter a tendência de estagnação e até diminuição verificada nos últimos trimestres da empresa.
Se conseguirem virar 180º no Twitter, as empresas podem beneficiar de uma rede social com utilizadores fiéis. A beneficiar a Google está o acordo recente em que o Twitter concordou associar os tweets ao motor de busca. E o setor das redes sociais é particularmente negativo para a Alphabet uma vez que é já unânime que o Google+ fracassou, se comparado com o Facebook ou Instagram. Isso deixa a gigante tecnológica fora do circuito dos anúncios em redes sociais.
No entanto, também a Salesforce e a Disney podem recolher benefícios. A enorme base de dados do Twitter é útil para o software de marketing da Salesforce, além de valorizar a própria empresa que está longe de chegar aos calcanhares da Google, por exemplo.
Já a aquisição por parte da Disney poderia indicar mesmo uma viragem direta para os media. As estações ABC, ABC News e a ESPN fazem parte do grupo Walt Disney e teriam no Twitter um aliado para promover os seus conteúdos jornalísticos e de entretenimento.
A estimativa da agência financeira é que o valor total da aquisição do Twitter seja de 14,2 mil milhões de euros. Com a valorização recente, o Twitter acumula uma subida de 3,72% desde o início do ano. O valor da empresa em bolsa é quase 17 mil milhões de dólares. Esta terça-feira, dia 4 de setembro, o Twitter está a ser transacionado na casa dos 24 dólares por ação.
Editado por Mónica Silvares
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