Montenegro disponível para negociar reforma da Segurança Social
Presidente do PSD afirma que, apesar de a proposta para as pensões dos sociais-democratas ser diferente, não exclui adaptá-la "àquilo que é o racional de todo o decreto" do Governo.
Depois de ter acusado o Governo de fazer um “corte de mil milhões de euros no sistema de pensões”, o presidente do PSD diz que o partido está disponível para discutir esta medida com o Executivo. Em entrevista conjunta à Renascença e ao Público, Luís Montenegro afirma que, apesar de a proposta dos social-democratas ser diferente, não exclui adaptá-la “àquilo que é o racional de todo o decreto” e admite abertura para debater uma futura reforma da Segurança Social.
“Isto significa um corte de mil milhões de euros no sistema de pensões e não vale a pena brincar com as palavras”, disse Luís Montenegro sobre a medida anunciada pelo Governo para antecipar o pagamento das pensões já para outubro. Nesse sentido, o PSD vai pedir a apreciação parlamentar do decreto, o que pode resultar na cessação de vigência do decreto ou na sua alteração. “Tenho disponibilidade para ajudar o Governo a ter uma solução única, que possa ser diferente da nossa”, disse Luís Montenegro, mostrando-se disponível para reformular a medida de pensões decidida por António Costa. “Não me coloco de fora de adaptar a nossa proposta àquilo que é o racional de todo o decreto. Não queremos alterar o decreto de A a Z. Queremos alterar o que, do ponto de vista social, é iníquo, é injusto“, disse.
E vai mais longe admitindo trabalhar com o PS numa reforma do sistema. “Durante vários anos, desafiámos o PS a sentar-se com o PSD para fazer uma reforma da Segurança Social que pudesse conferir sustentabilidade ao sistema e garantir às pessoas que não iriam perder poder de compra. O que é que o PS disse? Não é necessário fazer essa reforma, não estamos disponíveis”, recordou Montenegro. “Quando sou confrontado com a pergunta: está disponível para tratar de assuntos estruturantes com o PS, sempre disse que estou”, frisou. No entanto, o líder do PSD condicionou esta disponibilidade: “Só falarei numa eventual revisita à Segurança Social se o PS disser, preto no branco, sem tibiezas, que está disponível e que é necessário fazer essa reforma”.
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