BPI emite 300 milhões de dívida subordinada
O banco ainda liderado por Fernando Ulrich vai emitir 300 milhões em dívida subordinada para reforçar os rácios de capital. Títulos que já têm um comprador garantido: o CaixaBank.
O BPI vai emitir 300 milhões de euros em dívida subordinada. O banco ainda liderado por Fernando Ulrich já tinha dito que pretendia emitir este tipo de títulos para reforçar os rácios de capital de forma a cumprir com as exigências do Banco Central Europeu. E já tem um comprador garantido: o CaixaBank. O maior acionista do banco português disse que estaria “disponível para subscrever a dívida subordinada”, se esta fosse a melhor alternativa.
Num comunicado à CMVM, o BPI informa que vai emitir 300 milhões de euros de dívida subordinada. Isto depois de Fernando Ulrich ter dito, na apresentação dos resultados para 2016, que o mínimo a emitir seria de 225 milhões, mas que deveria precisar de mais. “É conveniente que seja um pouco mais e é um tema que vamos discutir nos próximos dias com o acionista CaixaBank”, disse o ainda presidente do BPI no mês passado.
Esta emissão tem de ser suficiente para reforçar os rácios de capital e ficar em linha com as regras do BCE. Com esta emissão, isto é possível. Há um reforço dos rácios numa base consolidada, com o rácio CET1 nos 11,4% e o rácio total nos 12,8%. Mas o problema residia na base não consolidada, onde estes níveis estavam abaixo do que era exigido — o mínimo para o rácio total era de 11,75% e estava nos 10,7%. Mas, com este reforço, este indicador sobe para os 12,6%.
Na altura, Gonzalo Gortázar, o administrador delegado do CaixaBank, afirmou estar disponível para subscrever os títulos de dívida subordinada de que o BPI precisa para reforçar os seus rácios. Por isso, o banco já tem um comprador garantido, como é hoje confirmado pelo banco português no comunicado enviado ao regulador de mercado. Gortázar referiu que “o BPI está agora numa situação financeira” mais forte, tendo o CaixaBank como acionista controlador. E o facto de o CaixaBank controlar o banco reforça ratings, o que facilita o acesso ao financiamento, explicou.
O BPI já só tinha de emitir 206 milhões de euros de dívida subordinada para cumprir as exigências de capital definidas pelo banco central liderado por Mario Draghi. Ou seja, alcançar um rácio total de 12%. Mas o valor a emitir será superior, com um cupão de 5,74% mais a Euribor a seis meses, que está negativa.
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