Dupla ibérica vai modernizar Linha de Cascais por 31,6 milhões

Entre cerca de uma dezena de candidatos, construtoras Comsa e Fergrupo ficaram com as obras de modernização e de catenária de uma das linhas mais usadas no país, no valor de 31,59 milhões de euros.

Estão escolhidas as duas construtoras que vão modernizar a Linha de Cascais. Os espanhóis da Comsa e os portugueses da Fergrupo vão rejuvenescer uma das linhas mais utilizadas do país, por 31,59 milhões de euros, abaixo do preço-base do concurso público lançado pela Infraestruturas de Portugal (IP) em dezembro de 2021. A dupla ibérica venceu a concorrência, de perto de uma dezena de entidades.

Para arrancarem as obras na linha, falta apenas o visto do Tribunal de Contas, assim refere o contrato publicado no portal Base. Assim que houver ‘luz verde’ e depois da consignação, o prazo da empreitada é de 730 dias, ou seja, dois anos. Em condições normais, os trabalhos poderão ficar prontos entre o final de 2024 e o início de 2025.

Após este investimento, a linha de Cascais terá o mesmo sistema de eletrificação do que a restante rede ferroviária nacional, passando dos 1500 volts para 25 mil volts.

A obra permitirá “harmonizar as condições de exploração desta linha com o resto da rede ferroviária nacional e reduzir anualmente em mais de 1 milhão de euros os custos de energia suportados pela CP com a operação do serviço“, referiu a IP em nota de imprensa de 27 de dezembro de 2021.

Além da mudança de catenária, as obras preveem a implementação de sete novas diagonais de contravia, alteração das estações de Oeiras e Cascais, além de uma nova ligação entre a linha de Cascais e o parque de material da CP de Carcavelos.

Espera de um ano para novos comboios

Apesar de as obras poderem ficar prontas no início de 2025, será preciso esperar mais um ano até chegarem comboios novos. A partir do início de 2026, a Linha de Cascais vai receber 34 das 117 novas unidades elétricas que a CP vai encomendar, por 819 milhões de euros. O concurso decorre atualmente e conta com quatro concorrentes: Alstom (em consórcio com a DST), Siemens/Talgo, Stadler e CAF.

Das 34 automotoras para Cascais, 25 serão bi-tensão para poderem circular durante 2026 em conjunto com as composições mais antigas da linha. Quando a CP tiver 25 novas automotoras elétricas na frota, no final de 2026, a IP irá migrar o sistema de tensão na catenária de 1500 para 25 mil volts.

Atualmente, a Linha de Cascais conta com automotoras elétricas fabricadas originalmente na década de 1950, nos tempos em que a linha era gerida pela Sociedade Estoril. O material foi modernizado pela última vez no final da década de 1990.

Vitória abaixo do preço-base

Comsa e Fergrupo ficaram com o contrato para esta empreitada por 31,59 milhões de euros, mais de 12% abaixo do preço-base do concurso lançado em 13 de dezembro em Diário da República.

A dupla ibérica ficou à frente da concorrência portuguesa e espanhola de construtoras como a Conduri, Ferrovial, Mota-Engil, EIP, DST, Somafel, Construções Pragosa, CME, Neopul e Promorail.

As obras na via e na catenária fazem parte do plano para modernizar a Linha de Cascais, avaliado em mais de 100 milhões de euros. No programa de investimentos Ferrovia 2020, estes trabalhos custariam 126 milhões de euros e ficariam concluídos no final de 2021.

Para isso, está prevista a construção de uma subestação de tração em Sete Rios; a instalação de um novo sistema de sinalização eletrónica; novos sistemas de videovigilância e informação ao público; mudanças nas passagens e atravessamentos de nível. Irá ainda desaparecer a última passagem de nível rodoviária da linha, em São João do Estoril. Estes trabalhos estão sujeitos a projetos independentes.

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