Apenas o comboio tem mais utentes que antes da pandemia

CP transportou mais 4,1% de passageiros até junho do que no mesmo período de 2019. Metro de Lisboa é o meio com mais atraso na recuperação.

O comboio é o único meio de transporte público que já conta com mais passageiros do que antes da pandemia. Nos primeiros seis meses de 2022, o número de utentes da CP ficou acima do mesmo período de 2019, segundo dados facultados ao ECO pela transportadora.

Entre janeiro e junho de 2022, a CP contou com cerca de 70 milhões de passageiros, mais 4,1% que no período homólogo de 2019 (66,39 milhões), o último antes da Covid-19. Os números são ainda mais relevantes porque na segunda metade do primeiro semestre já estavam a funcionar os passes a 30 e a 40 euros nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.

Os restantes transportes públicos ainda estão abaixo dos números pré-pandemia. O Metro do Porto é o que está mais perto da recuperação total: contou com 30,536 milhões de viajantes entre janeiro e junho, menos 10% face a igual período de 2019, segundo dados do Ministério do Ambiente e da Ação Climática.

Nas ligações do Tejo, Transtejo e Soflusa contaram com 7,609 milhões de utentes no primeiro semestre, 19% abaixo dos números de 2019. A transportadora tem sido palco de várias greves dos trabalhadores nos últimos meses.

Mais atrasado na recuperação está o Metro de Lisboa: 62,672 milhões de utilizadores entre janeiro e junho, 30% a menos do que no primeiro semestre de 2019. A empresa também tem enfrentado várias greves nos últimos meses.

Grande Lisboa é locomotiva da CP

É por conta dos serviços suburbanos de Lisboa que a CP já tem mais passageiros em 2022 do que em 2019. Nos comboios que servem a área metropolitana da capital, houve 52 milhões de utentes nos primeiros seis meses deste ano, mais 12,23% do que em igual período de 2019 (46,33 milhões).

Nos restantes serviços da transportadora, o número de utilizadores foi inferior ao dos primeiros seis meses de 2019.

Nos comboios suburbanos do Porto, houve dez milhões de passageiros, menos 12,88% do que em igual período de 2019. Nos comboios regionais, a descida foi de 7,24%, para 2,5 milhões. Nos serviços de longo curso (Alfa Pendular e Intercidades), houve menos 21,6% de clientes no primeiro semestre de 2022 (2,5 milhões) do que em 2019 (3,19 milhões).

As receitas geradas com as viagens (proveitos de tráfego), estão 15,5% abaixo dos 130,16 milhões obtidos na primeira metade de 2019, segundo relatório intercalar divulgado em agosto desse ano pela transportadora.

A CP salienta que os resultados “se aproximam dos níveis registados em 2019”, quando houve 145 milhões de passageiros a usarem os comboios do Estado. Só que em 2022 a CP não pode usar os comboios na Linha da Beira Alta desde abril por causa das obras do Ferrovia 2020.

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