BPI diz que não há razões para temer subida dos juros
Banco admite rever em alta o crescimento da economia portuguesa em 2017. E não vê motivos de preocupação com o aumento dos custos de financiamento neste início de ano.
A modesta retoma em Portugal está a ficar mais robusta e o BPI admite rever em alta as previsões para o crescimento da economia portuguesa este ano. Numa nota sobre o atual cenário do país, o banco diz que não devemos recear o aumento dos juros da dívida, apesar do menor impacto do programa do Banco Central Europeu (BCE).
“O crescimento acelerou no quarto trimestre de 2016, tendo crescido 2% em termos homólogos. (…) Além disso, este vigor económico deverá estender-se em 2017, mesmo que apenas através de um efeito estatístico: o efeito de transição de 2016 para 2017 é positivo em 0,94 pontos percentuais, de acordo com as nossas estimativas, o que significa que um crescimento nos quatro trimestres de 2017 deverão continuar a traduzir-se numa expansão de 0,94% este ano”, dizem os analistas do BPI Research numa nota publicada na última sexta-feira.
Ainda assim, o BPI Research espera “um crescimento ligeiramente acelerado de 1,5%” ao longo de 2017, principalmente devido a uma recuperação do investimento. Mas o desempenho da economia portuguesa pode muito possivelmente superar esse objetivo, acreditam os analistas do banco, prevendo que a sua projeção de 1,5% possa ser sujeita a uma revisão em alta.
"O crescimento acelerou no quarto trimestre de 2016, tendo crescido 2% em termos homólogos. (…) Além disso, este vigor económico deverá estender-se em 2017, mesmo que apenas através de um efeito estatístico: o efeito de transição de 2016 para 2017 é positivo em 0,94 pontos percentuais, de acordo com as nossas estimativas, o que significa que um crescimento nos quatro trimestres de 2017 deverá continuar a traduzir-se numa expansão de 0,94% este ano.”
Quanto ao défice público, cujos números serão revelados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística numa primeira estimativa, o banco confia que deverá ficar ao nível ou abaixo dos 2,5% permitidos pela Comissão Europeia e claramente abaixo de 3%.
Em 2017, “embora o défice de 1,6% (meta do Governo) possa parecer demasiado otimista, é expectável uma redução razoável, em parte também por causa de medidas extraordinárias mas também por causa de uma economia mais dinâmica”, antecipa do BPI.
“Sem preocupações com subida das taxas”
Ao mesmo tempo, o banco aponta para uma redução da dívida pública, que, além dos esforços de consolidação orçamental, também beneficia de menores custos de financiamento.
O custo de nova dívida emitida em 2016 situou-se nos 2,5%, ligeiramente acima do custo de 2015 (2,45%), diz a equipa de research do banco. “Em 2017, apesar da previsível subida no custo da dívida emitida, não deve haver haver motivos para preocupações face às taxas de juro atuais, tendo em conta que a taxa de juro média paga pelo Estado português está bem ancorada abaixo de 4%”, explicam. “Mesmo assumindo um custo hipotético de 5,5% nas futuras emissões (média anual), será preciso chegar até 2019 para a taxa de juro média superar os 4%”, reforça o BPI.
"Em 2017, apesar da previsível subida no custo da dívida emitida, não deve haver haver motivos para preocupações face às taxas de juro atuais, tendo em conta que a taxa de juro média paga pelo Estado português está bem ancorada abaixo de 4%. Mesmo assumindo um custo hipotético de 5,5% nas futuras emissões (média anual), será preciso chegar até 2019 para a taxa de juro média superar os 4%.”
Quanto à ação do BCE, que deverá assumir um papel importante na subida das taxas portuguesa, devido ao menor ritmo de compras de dívida portuguesa, as estimativas do BPI Research apontam para obrigações no montante de 6,3 mil milhões de euros ainda disponíveis para o banco central comprar, das quais 1,3 mil milhões de euros já foram entretanto adquiridas em janeiro e fevereiro.
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