Argélia interessada em reforçar exportações de gás para a Europa
Argélia sublinha o interesse em reforçar a relação com o Velho Continente, sendo que Portugal é um dos países que desperta especial interesse.
Numa altura em que a Europa procura diversificar as importações de gás, face aos cortes de fornecimento da parte da Rússia e a incerteza em relação aos compromissos da Nigéria, a Argélia sublinha o interesse em reforçar essa relação com o Velho Continente, sendo que Portugal é um dos países que desperta especial interesse para ser ponto de contacto com a Europa, indicam fontes europeias.
As ambições da Argélia foram comunicadas numa visita de uma Comissão Mista do Parlamento Europeu, na qual figuravam representantes parlamentares de Itália, Portugal, Espanha, França e República Checa. O país africano pediu para estes visitantes sensibilizarem os países europeus “para a importância de acentuar negócios com Argélia no gás, minerais e produtos agrícolas”, explicou ao ECO/Capital Verde a eurodeputada Maria Margarida Marques, que integrou esta comissão, que foi recebida pelos ministros da Economia, da Energia e pelo primeiro ministro argelinos.
Existem várias hipóteses que podem ser estudadas para o reforço do fornecimento de gás vindo da Argélia, sendo que o país se mostrou disponível para, inclusivamente, assegurar o transporte do gás vindo da Nigéria e a distribuição pela Europa, após a construção de um gasoduto entre os dois países africanos.
A eurodeputada indica que esta foi uma visita regular, mas, no contexto de guerra entre a Rússia e a Ucrânia e da subsequente crise energética a nível europeu, este foi um tema que se destacou na agenda. “No contexto da construção da autonomia energética da União Europeia, é particularmente importante para nós o papel que a Argélia pode desempenhar” na diversificação do leque de fornecedores de energia, disse.
Ficou ainda determinado, numa declaração conjunta, que as relações económicas entre a União Europeia e a Argélia se verificariam apenas num cenário de respeito pelos direitos humanos e liberdade de imprensa.
Esta semana, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, admitiu que, apesar de o Governo estar a tentar colmatar o risco no que toca ao fornecimento de gás ao país, um fornecedor chave, a Nigéria, poderá não entregar as quantidades de gás previstas. O que pode significar alterações do preço desta matéria-prima. “De hoje para amanhã qualquer um [país] pode ter um problema” no fornecimento de gás, indicou.
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