“Precisamos que as taxas de juro estabilizem em valores suportáveis para as famílias e empresas”, diz presidente da CGD

Presidente da Caixa, Paulo Macedo, admite que as taxas de juro vão continuar a subir nos próximos tempos, mas espera que estabilizem em níveis que sejam comportáveis para as famílias e as empresas.

“Perspetivamos que as taxas de juro ainda possam subir e a questão é onde vão estabilizar. Precisamos que estabilizem em valores que sejam suportáveis para as famílias e empresas”, afirmou esta segunda-feira o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, no Encontro Fora da Caixa, que teve o ECO como parceiro de media.

De acordo com Paulo Macedo, as taxas de juro que temos atualmente são “caracterizadas por terem tido um pico acentuado e antes do previsto”, enquanto as previsões apontavam para um aumento “bastante mais gradual, quer em quantidade, quer ao longo do tempo”.

“O que aconteceu foi que as taxas subiram bastante mais depressa, mas subiram para valores de 2,5%”, apontou o gestor, recordando que, em “80% dos últimos 20 anos, as taxas estiveram sempre acima dos valores que estão hoje”.

Ou seja, “apesar de trazer sacrifícios para as famílias e empresas”, as taxas atuais fazem parte de um “cenário central ou benigno”, disse Macedo na conferência que teve lugar na Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã.

Por conta da escalada da inflação, o Banco Central Europeu (BCE) já aumentou as taxas diretoras por duas ocasiões desde julho e já avisou que vai continuar a apertar o cinto das condições financeiras mesmo que a economia deslize para uma recessão. Neste cenário, as taxas Euribor, que são usadas pelos bancos na concessão de crédito às famílias e empresas, estão a subir de forma acelerada nos últimos meses, tendo atingido máximos de mais de dez anos esta segunda-feira.

Para a banca, o aumento das taxas de juro há de provocar um efeito positivo “no princípio”, na medida em que as empresas e famílias pagam juros mais altos nos seus créditos. Paulo Macedo avisa, porém, “que se a taxa de juro fosse para valores acima da inflação, imediatamente o [crédito] malparado disparava”.

Isto quer dizer que “o cenário das taxas de juro ficarem numa zona intermédia é aquele que é positivo para os bancos”, afirmou.

Com a taxa de juro “acima de determinado valor, a banca, em teoria, contabiliza os juros, mas depois deixa de receber” devido à aumento do incumprimento dos clientes, explicou o presidente do banco público.

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