IP passa de prejuízos a lucros de 32 milhões
Infraestruturas de Portugal inverte para resultados positivos na primeira metade do ano devido à recuperação do impacto da Covid-19 nas receitas de utilização das infraestruturas rodoferroviárias.
A Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou que passou de um prejuízo de 38,9 milhões de euros no primeiro semestre do ano passado para um lucro de 32,4 milhões na primeira metade deste ano.
A empresa terminou o primeiro semestre deste ano com resultado líquido de 32,4 milhões de euros, o que representou uma recuperação de 71,3 milhões de euros, na comparação com igual período do ano passado, refere a IP num comunicado enviado à agência Lusa, justificando que o lucro alcançado reflete a “recuperação do impacto da covid-19 nas receitas de utilização das infraestruturas rodoferroviárias”.
O resultado operacional, por sua vez, ascendeu a 119,2 milhões de euros, mais 40,8 milhões de euros face a idêntico período do ano anterior (78,5 milhões de euros).
Quanto às vendas e prestações de serviço atingiram os 547,9 milhões de euros, mais 14%, isto é, superiores em 68,4 milhões de euros em relação ao período homólogo do ano passado, o que se deveu sobretudo ao aumento das ‘receitas core’.
Os gastos operacionais, por seu turno, atingiram os 501,1 milhões de euros até ao final da primeira metade deste ano, superiores em 25,4 milhões de euros na comparação com o valor real de junho do ano passado.
Neste âmbito, destacam-se os gastos com a conservação da rede rodoferroviária que atingiram 91,1 milhões de euros na primeira metade deste ano, o que representou um acréscimo de cerca 1% em relação ao período homólogo do ano anterior.
No comunicado, a IP dá também conta de que, no período em análise, o valor realizado de investimento nas redes ferroviária e rodoviária foi de 168,6 milhões de euros, mais 66% face ao período homólogo do ano passado.
De realçar a execução global dos investimentos incluídos no Programa Ferrovia 2020, que ascenderam a 132,1 milhões de euros até junho deste ano, isto é, mais 92% do que nos primeiros seis meses do ano anterior.
Ainda no âmbito do Programa de Investimentos Ferrovia 2020, evidenciam-se os dois corredores com maior realização no primeiro semestre deste ano. O Corredor Internacional Sul, com uma execução de 69,2 milhões de euros e o Corredor Internacional Norte, com uma execução 30,7 milhões de euros, lê-se ainda na nota divulgada.
Quanto ao Corredor Internacional Sul encontra-se em construção a nova linha de caminho-de-ferro entre Évora e Elvas, com um investimento realizado de 66,8 milhões de euros até junho deste ano.
No Corredor Internacional Norte, realça ainda a IP estão em curso as intervenções de requalificação e modernização da Linha da Beira Alta, com um investimento de 30,6 milhões de euros no período em apreço.
No âmbito dos investimentos rodoviários, foi dada continuidade, no período em análise, a duas obras integradas no Plano de Valorização das Áreas Empresariais, a Ligação do Parque de Negócios de Escariz à A32, com um investimento de 9 milhões de euros, e a Ligação do Parque Empresarial de Formariz/Paredes de Coura à A3, com um investimento realizado de 2,4 milhões de euros.
O investimento rodoviário associado ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foi de 2,9 milhões de euros até junho deste ano, sendo de assinalar a consignação de duas obras no período – a EN14. Maia (Via Diagonal) / Interface Rodoferroviária da Trofa, com um investimento previsto de 32 milhões de euros e a variante à EN248 (Arruda dos Vinhos), com um investimento previsto de 6 milhões de euros.
No âmbito do PRR, a IP refere ainda que foram “cumpridas todas as metas contratualizadas” para os primeiros seis meses deste ano.
O presidente da administração da IP, Miguel Cruz, por seu lado, congratulou-se com o “incremento do investimento público que se tem verificado com o contributo da atividade da Infraestruturas de Portugal” e com o “cumprimento das metas estabelecidas” para o Plano de Resiliência e Recuperação (PRR), que “muito contribuem” para a “mobilidade sustentável, descarbonização e competitividade” do país.
O comunicado refere também que outro investimento estruturante em curso, no período em análise é o relacionado com o Sistema de Mobilidade do Mondego, que registou um investimento de 6,5 milhões de euros.
Além disso, realça que até junho, o resultado financeiro global ascendeu a -126,6 milhões de euros, traduzindo-se numa melhoria de 18,3 milhões de euros face ao ano anterior.
É referido também que no final de junho, a dívida financeira, em termos nominais, totalizava 4.047,5 milhões de euros, uma redução de 97,4 milhões de euros face a 31 de dezembro de 2021, sendo que a diminuição se deveu às amortizações dos empréstimos contraídos junto do Banco Europeu de Investimento (BEI).
Merece também destaque a “manutenção da política de financiamento prosseguida pelo acionista de capitalização da IP”, através de operações de aumento de capital que até junho deste ano, que ascenderam a 743 milhões de euros, sendo esta política “adequada ao ciclo de investimento” em curso, lê-se no comunicado.
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