Primeiro metro “made in China” já está a caminho do Porto

Chinesa CRRC já despachou a primeira das 18 composições compradas pela Metro do Porto por quase 50 milhões de euros. Tem capacidade para 334 passageiros e velocidade máxima de 80 km/h.

A primeira das 18 novas composições encomendadas pela Metro do Porto à chinesa CRRC Tangshan já está a caminho de Portugal, a bordo de um navio de carga. Este é considerado o primeiro projeto de metro urbano da China a ser exportado para a União Europeia.

Com quatro carruagens, capacidade para 334 passageiros e velocidade máxima de 80 quilómetros por hora, a composição saiu da linha de produção no final de julho e, desde então, esteve a ser testado na cidade de Tangshan, no nordeste da província chinesa de Hebei, antes de embarcar para Portugal.

 

Foi em janeiro de 2020 – antes da pandemia que acabou por atrasar as entregas que tinham sido programadas – que a fabricante estatal chinesa assinou o contrato com a Metro do Porto no valor de 49,6 milhões de euros (menos 6,5 milhões do que o valor base do concurso lançado em 2018) e que inclui serviços de manutenção durante cinco anos.

Numa nota divulgada há poucos meses, o presidente da companhia, Zhou Junnian, referia que, apesar de a autorização para iniciar o fabrico ter chegado em outubro de 2020, após o visto prévio do Tribunal de Contas, devido ao “impacto adverso trazido pela Covid-19”, a produção da primeira composição só arrancou em novembro de 2021, tendo sido concluída “após mais de oito meses de esforços”.

Estas 18 composições vão servir as duas linhas em construção, para acrescentar seis quilómetros e sete estações à rede, num investimento global na ordem dos 300 milhões de euros: aLinha Rosa, entre São Bento e a Casa da Música, em que a construtora já pediu revisão do preço; e o prolongamento da linha Amarela, entre Santo Ovídio e Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia.

A frota da Metro do Porto, que opera em sete concelhos da área metropolitana com uma rede de seis linhas, 67 quilómetros e 82 estações, é constituída atualmente por 102 veículos: 72 do tipo Eurotram e 30 do tipo Tram-train. Com estas 18 da CRRC Tangshan, contará com um total de 120 unidades. Em maio, no congresso da ferrovia, em Leixões, o presidente da empresa, Tiago Braga, disse que serão necessários 22 novos veículos ligeiros, mais quatro do que inicialmente previsto.

Fundada em 1881, a CRRC Tangshan é uma empresa chinesa com larga tradição na produção de comboios, comboios de alta velocidade e veículos de metro. É apresentada como a maior fabricante mundial de material circulante ferroviário, tem sede em Pequim e emprega mais de 180 mil trabalhadores, de acordo com dados oficiais.

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