Crédito à habitação está mais caro e com critérios mais apertados

"O custo de financiamento bancário das empresas e dos particulares para aquisição de habitação, em Portugal e no conjunto da área do euro, tem vindo a aumentar", nota o Banco de Portugal.

Com o aumento das taxas de juro, o crédito à habitação está a ficar mais caro, tendência notada já no terceiro trimestre do ano, segundo adianta o Banco de Portugal (BdP), no relatório divulgado esta terça-feira. Além disso, os critérios de concessão de crédito também estão a apertar, sendo mais restritivos para a compra de casa.

“No contexto de aumento das taxas de juro do mercado interbancário, o custo de financiamento bancário das empresas e dos particulares para aquisição de habitação, em Portugal e no conjunto da área do euro, tem vindo a aumentar”, lê-se no Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito referente ao terceiro trimestre.

Quanto aos critérios de concessão de crédito para os particulares, estes estão “ligeiramente mais restritivos no crédito à habitação e sem alterações no crédito ao consumo e outros fins”. Já nas empresas, regista-se que ficaram “ligeiramente mais restritivos sobretudo em empréstimos de longo prazo a PME”.

Tendo em conta este contexto, verificou-se uma ligeira diminuição na procura de empréstimos por empresas, bem como entre os particulares, nomeadamente para aquisição de habitação.

Os portugueses estão mais cautelosos, sendo que os fatores que pesaram na redução da procura foram “a confiança dos consumidores, as perspetivas para o mercado da habitação e, em menor grau, o nível geral das taxas de juro“. Já no crédito ao consumo e outros fins, foi a confiança dos consumidores que “contribuiu ligeiramente para diminuir a procura”.

Já para as empresas, a pesar na procura esteve “a redução das necessidades de financiamento de investimento e o nível geral das taxas de juro”. Esta tendência foi “parcialmente compensada pelo aumento das necessidades de financiamento de existências e de fundo de maneio”, explica a entidade liderada por Mário Centeno.

Para o futuro, as expectativas apuradas pelo BdP apontam para uma diminuição da procura de crédito pelos particulares, mais acentuada no segmento da habitação. Já para as empresas perspetivam também uma diminuição da procura “mais evidente nas grandes empresas e em empréstimos de longo prazo”, mas um “ligeiro aumento da procura de empréstimos de curto prazo”.

(Notícia atualizada às 13h40)

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