Importações 4% acima do pré-pandemia em 2021. Exportações crescem 6% face a 2019
Os fluxos do comércio internacional de bens atingiram valores recorde: as importações e as exportações totalizaram, respetivamente, 83.146 milhões de euros e 63.619 milhões de euros.
As exportações aumentaram 18,3% e as importações cresceram 22% em 2021 face ao ano anterior, quando havia sido registada uma queda das trocas comerciais internacionais devido à pandemia de Covid-19. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações e importações de bens no ano passado superaram também os níveis do período pré-pandemia, tendo aumentado, respetivamente, 6,2% e 4%.
Segundo as Estatísticas do Comércio Internacional de 2021, publicadas esta quinta-feira pelo INE, as exportações de bens atingiram os 63.619 milhões de euros, enquanto as importações totalizaram 83.146 milhões de euros. Estes valores são os mais elevados de sempre, assinala o gabinete estatístico, ressalvando, contudo, que “foram atingidos num contexto de aceleração dos preços que se acentuou ao longo do ano”, em especial na segunda metade de 2021 e no caso das matérias-primas e produtos energéticos.
Evolução da taxa de variação anual das exportações e importações (2012-2021)
“Estas variações nominais das exportações e das importações mais que compensaram os decréscimos registados em 2020 (-10,3% nas exportações e -14,8% nas importações) refletindo o impacto da pandemia de Covid-19”, sublinha o INE.
No entanto, o contributo da variação de preços para as variações nominais das exportações e importações determinou “uma evolução desfavorável dos termos de troca para os países importadores líquidos” de matérias-primas e produtos energéticos, grupo onde se inclui Portugal, que registou em 2021 uma variação de preços das importações de +8,9%, 1,1 pontos percentuais (p.p.) acima da variação dos preços das exportações.
Excluindo combustíveis e lubrificantes, no ano em análise, registaram-se aumentos de 16,9% nas exportações e de 18,6% nas importações em termos homólogos (-8,9% e -12,3% em 2020, respetivamente). Face a 2019, registaram-se variações de +6,5% nas exportações e +4% nas importações.
O défice da balança comercial de bens agravou-se em 5.139 milhões de euros em relação a 2020 (3.205 milhões de euros provenientes do comércio intra-UE e 1.934 milhões de euros do comércio extra-UE), atingindo 19.527 milhões de euros de saldo negativo, enquanto na comparação com o período pré-pandemia se verificou uma melhoria de 547 milhões de euros.
Se se excluir combustíveis e lubrificantes, o défice totalizou -13.819 milhões de euros, tendo aumentado 2.283 milhões de euros relativamente a 2020, mas diminuído 816 milhões de euros face a 2019.
Em 2021, Espanha, França e Alemanha continuaram a ser os principais clientes e fornecedores externos de bens a Portugal. Os três países concentram, em conjunto, mais de metade das exportações (50,9%, subindo 0,1 p.p. face a 2020) e das importações (52%, menos 1,2 p.p. do que no ano passado). Só a Espanha tem um peso de 26,7% nas exportações e 32% nas importações, mantendo-se como o maior parceiro comercial de Portugal.
Quanto aos bens transacionados, destacam-se as ‘máquinas e aparelhos’ como o principal grupo de produtos exportado e importado em 2021, ultrapassando assim a categoria de ‘veículos e outro material de transporte’ nas exportações. O maior défice comercial voltou a registar-se nas ‘máquinas e aparelhos’, enquanto o maior excedente se manteve nas transações de ‘minerais e minérios’.
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