Recrutamento temporário? Os prós e os contras

Se, por um lado, o recrutamento temporário oferece maior rapidez no processo de contratação, por outro lado, a 'pool' de talentos disponíveis é menor.

O recrutamento temporário é tipicamente a solução para organizações com necessidades operacionais flutuantes e de grande volume. As áreas de negócio mais comuns que recorrem a colaboradores temporários são as organizações de serviço ao cliente, industriais e de manufatura, retalhistas e armazenistas, bem como a restauração e o alojamento turístico.

“Como o nome indica, os colaboradores temporários são contratados para oportunidades de trabalho a curto prazo, em oposição aos funcionários permanentes que são contratados a longo prazo”, começa por explicar a Adecco Portugal. Consoante o tipo de negócio, a oferta, as tendências de mercado, a previsão de despesas e o volume de negócios, esta pode ser — ou não — a solução mais indicada.

“A melhor maneira de determinar se o recrutamento temporário é o mais adequado para uma área de negócio, é consultar um especialista em recursos humanos”, aconselha a empresa especializada em recrutamento. Com ele, poderá “criar uma estratégia de contratação específica para as necessidades reais da sua empresa”.

Mas, contratar colaboradores em regime de trabalho temporário tem vantagens e desvantagens. Conheça quais.

Os prós

  • Rapidez no processo de contratação

Uma consultora de recursos humanos pode normalmente encontrar alguém para uma função específica ‘em cima da hora’, por isso quando há um pico súbito na procura, previsível ou não, pode rapidamente preencher essa lacuna com o mínimo de tempo perdido. Um colaborador temporário pode ser contratado num dia e começar no dia seguinte, explica a recrutadora.

  • Flexibilidade

“Se não souber quanto tempo precisará das mãos extra, contratar um colaborador temporário pode ser a opção ideal”, sugere a Adecco Portugal. A natureza incerta da recuperação económica num mundo pós-pandémico tornou especialmente difícil prever o comportamento dos consumidores e os padrões de procura futuros. A flexibilidade de colaboradores temporários pode ajudá-lo a enfrentar a imprevisibilidade com facilidade.

  • Poupança de custos

Como os colaboradores temporários são tipicamente contratados através de uma agência, poupa-se o dinheiro e o esforço em todo o processo de recrutamento de candidatos: entrevistar, contratar e depois gerir toda a papelada de uma nova contratação. Tudo isso é tratado pela agência.

  • Preencher lacunas durante o recrutamento de colaboradores permanentes

Se um membro-chave da equipa deixou subitamente a organização, ou as cargas de trabalho dos colaboradores atuais da sua equipa estão no limite da capacidade e é altura de adicionar um novo contrato de trabalho — um processo que pode levar algum tempo –, “um colaborador temporário pode ajudar a apoiar a sua equipa e aliviar a carga extra que recai necessariamente sobre as pessoas até que seja encontrado um contrato de trabalho permanente adequado”.

  • Potencial para contratações temporárias a permanentes

Alguns colaboradores temporários gostam da flexibilidade do trabalho temporário e não têm interesse no emprego permanente, mas muitos utilizam o emprego temporário como uma forma de aumentar as suas competências e experiência e, em última análise, de encontrar uma posição permanente. “Pode descobrir que durante o tempo que um colaborador temporário está na sua empresa se adapta muito bem à sua organização. Ao transformá-lo num contrato permanente, obtém uma nova contratação adequada, cujas capacidades já teve oportunidade de avaliar em contexto de trabalho.”

Os contras

  • Dificuldade em contratar

Apesar de contratar de um dia para o outro, há um grupo limitado de candidatos à procura de trabalho temporário. “Nesta economia pós-pandémica, muitos candidatos à procura de emprego buscam a segurança de posições permanentes, e quando se trata de candidatos passivos (pessoas dispostas a mudar de emprego, mas não em procura ativa de emprego), muito poucos estão dispostos a deixar um cargo a tempo em detrimento de um temporário.”

  • Maiores necessidades de formação

Todos os empregadores sabem que a formação de um colaborador é um investimento significativo em tempo e dinheiro. Se estiver a contratar colaboradores temporários que entram e saem em curtos períodos de tempo, é expectável gastar mais recursos em formação, à medida que a frequência da formação aumenta.

  • Dificuldade em desenvolver dinâmicas de equipa

Pode também ser difícil desenvolver uma sólida dinâmica de equipa quando os colaboradores entram e saem com frequência. “Se empregar uma mistura de funcionários permanentes e temporários, pode achar difícil integrar os funcionários de curto prazo com os funcionários que estão na empresa em regime permanente e há mais tempo que já têm uma dinâmica funcional oleada.”

  • Responsabilidade em matéria de segurança

“Os colaboradores temporários tendem a sofrer lesões no local de trabalho a um ritmo superior ao dos profissionais permanentes. Independentemente da formação ou qualificações, os trabalhadores temporários muitas vezes não estão tão familiarizados ou confortáveis com o ambiente de trabalho e/ou equipamento no local de trabalho como os trabalhadores permanentes, o que pode levar a mais lesões”, alerta a Adecco Portugal.

  • Implicações legais

Não se esqueça de estudar as suas obrigações enquanto empregador. Para o exercício de atividade de cedência temporária de trabalhadores “é necessário um alvará, cujo número deve constar do contrato de trabalho temporário celebrado com o colaborador e do contrato de utilização de trabalho temporário celebrado com o utilizador (cliente da empresa de trabalho temporário)”, detalha.

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