Marcelo preocupado com subida de juros no crédito habitação que atinge 1,2 milhões de famílias

  • Lusa
  • 4 Novembro 2022

"São um milhão e 200 mil agregados familiares atingidos e é evidente que pode ser uma quantia pequena se a prestação for pequena, mas 50, 60, 80 ou 100 euros não é tão pequena assim", disse Marcelo.

O Presidente da República disse esta sexta-feira estar preocupado com a subida da taxa de juros no crédito habitação que atinge 1,2 milhões de famílias, defendendo que a subida “não é pequena” para quem tem baixos rendimentos.

“Preocupa-me que, por pouco que seja a subida dos juros do crédito habitação, são um milhão e 200 mil agregados familiares atingidos e é evidente que pode ser uma quantia pequena se a prestação for pequena, mas 50, 60, 80 ou 100 euros não é [uma quantia] tão pequena assim para quem tem rendimentos baixos”, afirmou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

À margem da cerimónia que assinalou o 50.º aniversário do grupo Solverde, Marcelo Rebelo de Sousa prometeu mais comentários para quando receber o diploma do Governo, aprovado na quinta-feira em Conselho de Ministros, que estabelece medidas de acompanhamento e mitigação do aumento da taxa de esforço nos contratos de crédito à habitação.

Questionado sobre a subida das taxas de juro, confirmada na terça-feira pelo Banco Central Europeu (BCE), o chefe de Estado disse não discutir “orientações” de política monetária, lembrando que “quem decide é o BCE” e que os “bancos nacionais não têm autonomia hoje”.

“A inflação começou a subir a partir do começo do ano e deu um salto a partir da guerra, a partir de março, e havia dois caminhos possíveis. Um era subir moderadamente as taxas de juro, o outro era não subir, deixar para mais tarde e de repente ter de subir muitíssimo. O Banco Central Europeu não quis seguir o primeiro caminho, quis esperar pelo verão, entendendo que não era de subir os juros. Depois quando subiu, teve de subir de oito para 80“, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

E acrescentou, “talvez tivesse sido preferível o primeiro, mas como é o Banco Central Europeu que manda, seguiu o segundo”. Também questionado sobre a diferença de visões do Governo e do governador do Banco de Portugal nesta matéria, o Presidente da República salientou que o “governador pensa o que o BCE pensa” e que o Governo, “como outros políticos, teria preferido uma coisa mais natural”, referindo-se a uma subida mais gradual das taxas de juro.

“Agora não vale a pena chorar sobre o leite derramado. A realidade é esta, vamos ver como se lida com esta realidade”, disse, acrescentando que “só um dia mais tarde é que se saberá se tinha valido a pena ter começado mais cedo [a subida das taxas de juro] e conduzido isto de outra forma, ou se tinha de ser assim, esperar e fazer o que se fez”.

 

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