Crédito à habitação “não está no seu pico” e peso na economia caiu para 40%, diz João Mendes
Secretário de Estado do Tesouro nota que o crédito à habitação em Portugal "não está no seu pico" e que o peso na economia recuou de 64% para menos de 40%.
No atual contexto de subidas acentuadas das taxas de juro, o crédito à habitação em Portugal “não está no seu pico”. Esse pico aconteceu em março de 2011, nota o secretário de Estado do Tesouro, referindo que o peso deste crédito na economia caiu e é hoje de menos de 40%. Apesar disso, João Nuno Mendes reconhece que há “determinadas zonas que poderão ser mais vulneráveis” e que as medidas do Governo estão focadas nessas zonas.
“O crédito à habitação não está no seu pico no nosso país. Esse pico aconteceu em março de 2011, com cerca de 115 mil milhões, e hoje temos sensivelmente 100 mil milhões”, disse o secretário de Estado esta quarta-feira, na conferência “Como responder à subida dos juros do crédito habitação”, organizada pelo ECO. “O peso na economia diminuiu de 64% para menos de 40%”, acrescentou.
São cerca de dois milhões os “devedores” com empréstimos à habitação, adiantou o secretário de Estado, referindo que Portugal tem um “setor bancário resiliente” e uma “economia capaz de fazer face ao crédito que contratou”.
Contudo, numa altura de “evolução rápida das taxas de juro, das Euribor e das Obrigações do Tesouro”, João Nuno Mendes apontou que há “determinadas zonas que poderão ser mais vulneráveis”, mas que as “medidas de política” pensadas pelo Governo “visam fazer face a essas zonas de maior vulnerabilidade”.
Nesse sentido, o Executivo reuniu com o Banco de Portugal (BdP) e com a Associação Portuguesa de Bancos (APB) para definir medidas que visem ajudar as famílias com crédito à habitação — medidas essas que deverão ser aprovadas esta quinta-feira em Conselho de Ministros. Desses encontros saiu que pode haver mudanças no contrato de crédito quando a taxa de esforço aumenta.
Entre as principais medidas destacam-se a consolidação dos créditos, a possibilidade de realizar um novo contrato de crédito para financiamento da dívida, o alargamento do prazo de amortização. “Com esta legislação, damos uma oportunidade aos bancos de mostrarem a sua responsabilidade e daquilo que é excederem o seu nível de serviço ao cliente”, disse João Nuno Mendes.
Apesar destas medidas pensadas pelo Governo, o secretário de Estado notou que “é fundamental que as famílias portuguesas façam um planeamento dos seus orçamentos tomando em consideração este contexto” de aumento das taxas de juro.
De fora está o regresso das moratórias, com o Governo a afirmar desde o início que essa opção não está em cima da mesa. “Não é uma opção neste momento considerar moratórias. Não é esse o caminho adequado, é absolutamente impensável”, disse João Nuno Mendes.
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