Marcelo avisa ministra da Coesão. “Não lhe perdoo” se falhar execução dos fundos

O Presidente alerta que as verbas do PRR "estão disponíveis num período de tempo que torna urgente utilização de fundos".

O Presidente da República voltou a avisar para a necessidade de acelerar a execução dos fundos europeus, nomeadamente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), desta vez com um alerta direcionado à ministra da Coesão Territorial. Na inauguração do novo edifício da Câmara Municipal da Trofa, Marcelo assinalou um dia “super feliz“, mas aproveitou para uma declaração surpreendentemente dura sobre um dia “super infeliz”: “Para si [Ana Abrunhosa], é o dia em que eu descubra que a taxa de execução dos fundos não é a que deveria ser e nesse caso não lhe perdoo”.

Marcelo Rebelo de Sousa foi à Trofa com mensagens diretas para Ana Abrunhosa, a ministra ‘apanhada’ num caso em que uma empresa do marido beneficiou de fundos comunitários. A ministra chegou a emocionar-se numa audição parlamentar a falar do caso que quase a atirava para fora do Governo. Marcelo tinha alguma coisa para lhe dizer, e disse-o em público. “E como não tenho tido oportunidade de o dizer digo-lhe hoje. Quando aceitamos funções políticas sabemos que é para o bom e para o mal. Não somos obrigados a aceitar. Sabemos que são difíceis, são árduas, que estão sujeitas a um controlo e a um escrutínio crescente – a democracia é isso – e há dias bons e dias maus, dias felizes e dias infelizes. A proporção é dois dias felizes por 10 dias infelizes”, referiu.

Foi este o gancho que Marcelo usou para falar sobre a execução dos fundos comunitários. “Este é um dia super feliz, mas há dias super infelizes. E verdadeiramente super infeliz para si será o dia em que eu descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que eu acho que deve ser. Nesse caso não lhe perdoo“. afirmou. E acrescentou. “Espero que esse dia não chegue, mas estarei atento para o caso de chegar”, referiu a uma plateia onde estava também o líder do PSD, Luís Montenegro.

Já antes, Marcelo Rebelo de Sousa decidiu trazer a execução dos fundos comunitários para a discussão pública. Apesar de ser um “fator favorável” a “disponibilidade de fundos pensados para compensar parcialmente a pandemia”, estes “estão disponíveis num período de tempo que torna urgente utilização de fundos”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações nos 50 anos do grupo Solverde, transmitidas pelas televisões.

Assim, alertou Marcelo, “é imperdoável se o tempo passar e isso não acontecer e não houver utilização em tempo” dos fundos que Portugal tem acesso na chamada “bazuca europeia”.

Afirmou mesmo que seria “imperdoável” se não existir utilização em tempo útil das verbas comunitárias que o país pode ter acesso.

A ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, é a responsável pela execução dos Programas Operacionais Regionais, mas quem tem a tutela política do PRR e dos fundos comunitários é a ministra Mariana Vieira da Silva, que escapou às palavras de Marcelo Rebelo de Sousa.

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