Renova troca “engenheiro por cidadão” até chegar ao TikTok
Paulo Pereira da Silva desconstruiu uma empresa tradicional de papel higiénico, transformou-a numa "startup desafiadora para todo o mundo" e espera "não ver a mesma Renova nos próximos dez anos".
Assente em mais de 200 anos de história, a Renova é uma empresa portuguesa que se transformou nos últimos anos numa multinacional que é um caso de estudo em escolas de negócio internacionais e que tem sabido abraçar as novas gerações de cidadãos. Tudo isso foi possível por causa da abertura da empresa a parceiros, segundo o presidente executivo, Paulo Pereira da Silva.
“Tive de desestruturar a Renova. Tornou-se numa startup desafiadora para todo o mundo. Temos estruturas pequenas mas extremamente versáteis, sobretudo para lidar com toda a complexidade. Temos de nos habituar a viver num mundo cada vez mais complexo. É um processo que vai continuar”, salientou o líder da empresa, numa conversa que encerrou a conferência anual do ECO, Fábrica 2030, realizada na Alfândega do Porto.
“Gosto muito de ver a empresa como um sistema aberto. Aberta para as faculdades e muitos outros parceiros. É preciso trabalhar com pessoas de diferentes países. É preciso saber ler e gerir essa informação”, acrescenta o executivo.
Há mais de 20 anos na liderança da Renova, Paulo Pereira da Silva lembrou que a empresa teve de ser mais ambiciosa na escala de negócio, passando a ter “concorrência mundial” em vez de limitar-se a ter “alguma dimensão em Portugal, que é um mercado mínimo à escala global”.
Gosto muito de ver a empresa como um sistema aberto, aberta para as faculdades e muitos outros parceiros. É preciso trabalhar com pessoas de diferentes países. É preciso saber ler e gerir essa informação.
O alargamento do mercado foi depois conjugado com o design. “O que posso fazer para tornar o meu produto mais sexy, mais interessante e com maior valor, não do ponto de vista do engenheiro, mas sim do cidadão? Olhámos para a evolução do mundo e como ele está a mudar. Tentámos trazer essa informação e conhecimento para o nosso produto”, recordou.
Olhar para o cidadão também implicou estar mais próximo das novas gerações, sobretudo no mercado internacional e nas novas plataformas. “Para a China só vendemos através da área digital. Temos lá uma conta no TikTok, que tem feito bastante sucesso”. A Renova tem ainda equipas de vendas em outros seis países; nos restantes tem parcerias com distribuidores.
E em relação ao futuro? “Espero não ver a mesma Renova nos próximos 10 anos”, antecipa Paulo Pereira da Silva. “Vai ser uma Renova mais internacional do que é hoje, também do ponto de vista da produção”, respondeu o gestor.
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