Paulo Raimundo, líder do PCP com “3 mil milhões de razões” para lutar

No primeiro discurso como novo secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo mandou "esperar sentados" todos os que anseiam pelo fim do partido. Novo líder encostou PS a toda a oposição à direita.

Mais coletivo e maior presença do partido junto dos trabalhadores. Estes foram os principais motes do primeiro discurso de Paulo Raimundo como secretário-geral do PCP. Em pouco mais de 27 minutos, o dirigente considerou que o partido tem uma “enorme responsabilidade” pela frente” e tem de ser mais audaz e mais criativo na sua luta.

“Não nos faltam razões para lutar. Temos 3 mil milhões de razões, uma por cada euro de lucro dos principais grupos económicos no primeiros nove meses do ano. Não é crise. É injustiça, que tem responsáveis e que nos vão apelando à compreensão. Há mentiras para que os poucos do costume arrecadem os lucros”, atirou Paulo Raimundo durante o discurso de encerramento da Conferência Nacional do partido, que decorreu em Corroios. Na mira estavam grupos como EDP, Galp, Jerónimo Martins e Sonae, segundo o substituto de Jerónimo de Sousa.

O Partido Socialista – com apoio parlamentar do PCP entre 2015 e 2019 – também foi um dos alvos do discurso na frente económica. “Fala-se em cumprimento do défice, contenção salarial, acordos com os mesmos de sempre, contas certas…para quem e com quem?” Nesta parte, o PS foi posto do lado direito do Parlamento, ao lado do PSD, Iniciativa Liberal e Chega.

Logo a seguir veio o convite aos militantes do PCP. “O Governo não ficou totalmente de mãos livres. Tem na intervenção do PCP os elementos que lhe fazem frente. Sabemos que há inquietação”, reforçou.

Fim do PCP? “Esperem sentados”

O discurso ficou marcado pela ovação de pé, de mais de um minuto, a Jerónimo de Sousa, que deixa a liderança do partido e o lugar de deputado para voltar à condição de militante. Pouco depois, Paulo Raimundo falou nos que se “salivam e desesperam pelo fim do PCP”.

“Esperem sentados porque um partido ligado aos trabalhadores e aos seus anseios, a única coisa que o partido está condenado é a crescer e a alargar a sua influência“, sentenciou. Paulo Raimundo acabou o discurso com um “apelo ao coletivo partidário” em todas as frentes, desde os eleitos nos órgãos de soberania nacionais e europeus às autarquias, passando pelos locais de trabalho.

“Apelo a que cada um de nós faça mais um esforço por uma sociedade e mundo mais justos. Não percamos a esperança e ganhemos ânimo para a ação do dia a dia”, concluiu.

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