BCE alerta para riscos “crescentes” para o sistema financeiro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Novembro 2022

A inflação alta, a crescente probabilidade de uma recessão na Zona Euro e o aumento dos custos de financiamento "colocam desafios crescentes" às famílias, empresas e governos endividados, diz o BCE.

A potencial combinação de recessão económica, inflação elevada, condições financeiras mais restritivas e menor liquidez está a aumentar os riscos para o sistema financeiro. O alerta chega diretamente de Frankfurt, pelas palavras do vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE).

“As famílias e empresas em toda a Zona Euro já estão a sentir os efeitos de uma inflação mais elevada e de uma atividade económica mais fraca, no meio da atual crise energética provocada pela guerra na Ucrânia”, disse Luis de Guindos, na revisão bianual da estabilidade financeira do BCE, citado pelo Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

Segundo o banco central, a elevada inflação, a crescente probabilidade de uma recessão nos países do euro e o aumento dos custos de financiamento “colocam desafios crescentes” às famílias, empresas e governos endividados, o que poderá levar a falências e a uma maior volatilidade nos mercados financeiros.

O tumulto na praça financeira do Reino Unido e a anterior crise de liquidez que atingiu os comercializadores europeus de energia demonstraram como o sistema financeiro da região está cada vez mais vulnerável a movimentos bruscos nos preços de mercado que podem alastrar a uma crise mais vasta, acrescenta o BCE na sua revisão.

Luis de Guindos reitera: “Não foi a primeira vez que nos foi recordado que (…) os impactos dos choques de mercado são muitas vezes sentidos muito para além dos investidores que são diretamente afetados”.

Como tal, o Banco Central Europeu apela aos reguladores globais — coordenados pelo Conselho de Estabilidade Financeira — para acelerarem o seu trabalho no sentido de enfrentarem a vulnerabilidade do setor financeiro não bancário às crises de liquidez. “A resiliência e os lucros dos bancos beneficiam de taxas de juro mais elevadas, mas as ameaças à qualidade dos ativos podem levar a necessidades de aprovisionamento mais elevadas“, concluiu de Guindos.

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