Estágios, cowork no estrangeiro e mentoria por CEO vão ajudar PME a internacionalizarem-se

Associação Business Roundtable Portugal e AICEP assinaram um protocolo para ajudar à internacionalização das PME, que prevê mentoria por CEO e a utilização de escritórios no estrangeiro.

Reforço dos estágios INOV Contacto, a disponibilização de espaços de Cowork em 20 países e o acesso a sessões de mentoria com CEO de empresas. Estas são as três primeiras medidas do protocolo assinado esta quarta-feira entre a Associação Business Roundtable Portugal e a AICEP para incentivar a internacionalização das PME.

O protocolo prevê que os CEO das 42 empresas da Business Roundtable Portugal disponibilizem duas a três horas para esclarecer dúvidas e aconselhar as empresas sobre estratégias de internacionalização. “Os 42 associados também têm de dar de si e serem interlocutores para estarem duas a três horas com essas empresas para partilharem a experiência, as dúvidas, as estratégias para que o caminho seja mais fácil. Saber de quem já fez as dificuldades é caminho andado para cometer menos erros ou eles terem um impacto menor”, explicou Filipe de Botton, coordenador do Grupo de Trabalho Globalização da Associação BRP.

O protocolo, assinado esta quarta-feira num hotel em Lisboa, prevê também que as PME possam utilizar, em regime de cowork, 50 espaços de escritórios em 20 países das associadas da Business Roundtable Portugal (BRP). “As empresas portuguesas que se queiram globalizar poderão ter acesso a instalação física por três, seis ou 12 meses”, disse o também presidente da Logoplaste, dando como exemplo a sua própria empresa, que irá disponibilizar um espaço nos escritórios em Chicago.

A última medida é o reforço do programa INOV Contacto, criado há 25 anos, e que conta atualmente com 250 estágios para recém-licenciados em empresas no estrangeiro. No âmbito do protocolo, serão criados mais 25 estágios em 11 empresas que fazem parte da BRP. As candidaturas estarão abertas até à primeira semana de dezembro.

As medidas serão operacionalizadas pela AICEP, a agência de promoção do investimento e do comércio externo, que receberá os pedidos das PME e fará o matching com as empresas em função de critérios como o mercado externo que pretendem desenvolver. O protocolo será reavaliado de seis em seis meses, mas não tem um prazo definido para terminar. Na calha está já a adoção de outras medidas, que não foram reveladas.

“O objetivo é criar impacto junto de empresas nacionais, principalmente de média dimensão, para lhes dar ferramentas para crescer e se internacionalizarem”, afirmou Vasco de Mello, presidente da BRP. “O que reduz a capacidade de as empresas crescerem é o seu governo e o tio de ferramentas que têm para se internacionalizar”, acrescentou.

“A ideia é sermos os catalisadores das PME que queiram ir para fora”, sintetizou Filipe de Botton, elogiando o “extraordinário trabalho” que vem a ser realizado pela AICEP. Deixou também um apelo a que outras empresas se juntem ao protocolo, que não ficará fechado nas 42 associadas da BRP.

“Este é um protocolo importante que surge num momento particularmente relevante. Pegando nas estimativas mais conservadores, este ano vamos exportar mais de 100 mil milhões de euros. O negócio da exportação está a correr muito bem para o país, mas a ambição aumenta”, afirmou Luís Castro Henriques, presidente da AICEP.

Para continuar a crescer “é preciso uma boa parceria entre entidades privadas e o Estado, e isto é um excelente exemplo, e uma cooperação entre grandes e pequenas empresas”, apontou. “O que procuramos aqui são PME ambiciosas que queiram crescer.”

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