Colapso da FTX tem riscos “limitados” para o sistema financeiro, diz supervisor europeu

ESMA diz que, apesar de o "colapso" da FTX ser um "acontecimento significativo" para a indústria das criptomoedas, acarreta riscos "limitados" para o sistema financeiro global. Mas pede vigilância.

O supervisor europeu dos mercados financeiros (ESMA) considera que o colapso da corretora de criptomoedas FTX acarreta riscos “limitados” para o sistema financeiro global, apesar de reconhecer que foi um “acontecimento significativo para a indústria cripto”.

Numa curta declaração publicada no Twitter, a ESMA aponta, contudo, que os efeitos da insolvência da corretora “requerem uma monitorização próxima”. Isto porque o organismo entende que a “falta de transparência e de dados disponíveis, incluindo das empresas com exposição à FTX, fazem com que a avaliação seja desafiante”.

Na semana passada, a FTX declarou falência depois de a perda de confiança dos clientes ter provocado uma corrida aos levantamentos e atirado a empresa para a insolvência. O caso afundou o mercado das criptomoedas, com a bitcoin a regressar a preços que não eram vistos desde 2020.

Alguns investidores temem que as ondas de choque deste tipo de eventos possam causar estragos no sistema financeiro global, nomeadamente nos mercados regulados, como o das ações e obrigações. A ESMA, que tem funções regulatórias e de proteção dos investidores, acredita que o impacto, para já, é limitado.

Segundo a plataforma CoinMarketCap, o mercado das criptomoedas estava avaliado em mais de 825 mil milhões de dólares, uma fração dos mais de 2,8 biliões que chegou a valer no ano passado. Em contrapartida, o mercado de ações mundial vale mais de 100 biliões de dólares, com quase metade (46,2%) a corresponder ao mercado dos EUA, segundo dados trimestrais da Sifma, uma associação do setor financeiro, publicados em outubro.

Numa altura em que muitos investidores lambem as feridas após a queda da FTX, que foi fundada pelo jovem Sam Bankman-Fried, vão sendo conhecidos mais efeitos secundários deste incidente.

Na quarta-feira, o The Wall Street Journal noticiou que a BlockFi, um banco de criptomoedas, suspendeu os levantamentos de fundos aos clientes e pode estar a preparar-se para declarar falência. Em simultâneo, a Gemini, outra empresa cripto desenvolvida pelos irmãos Winklevoss, também suspendeu os levantamentos a alguns clientes, segundo a Bloomberg.

Em Portugal, o ECO noticiou que o fundo Alameda, do mesmo dono da FTX, participou na ronda de capital que tornou a Anchorage Digital no sétimo unicórnio com ADN nacional. O fundador do banco de criptomoedas, Diogo Mónica, mostrou interesse em adquirir as ações próprias que estejam na massa falida.

Esta quinta-feira, o Jornal de Negócios avançou que há portugueses entre os “lesados” da FTX, que “perderam milhares de euros” com a queda do império de Sam Bankman-Fried. Não é evidente que consigam recuperar os fundos perdidos.

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