“Carlos Costa foi muito corajoso. O caso BES não foi questão de falha de supervisão”, diz Teixeira dos Santos
Ex-ministro das Finanças considera que o antigo governador do BdP teve "ousadia" em afrontar Ricardo Salgado. "É um sinal de determinação da entidade de supervisão perante um grande banco".
Teixeira dos Santos saiu em defesa de Carlos Costa na sequência da polémica causada em torno do livro que lançou esta semana, considerando o ex-governador do Banco de Portugal (BdP) “muito corajoso”, nomeadamente por “afrontar alguém como Ricardo Salgado”. Numa entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, o antigo ministro das Finanças do Governo de José Sócrates afirmou que o caso BES “não foi tanto uma questão de falha de supervisão”, já que as entidades “não são um Big Brother” e é possível esconder e falsear informação.
“Creio que, no essencial, aquilo que foi feito pelo BdP, foi um trabalho importante para estabilizar o sistema financeiro português e para resolver problemas em instituições financeiras, principalmente no caso do BES, que constituíam um risco sistémico”, assinalou o antigo governante, sublinhando que, com base na informação pública existente, o caso do BES “tem contornos, essencialmente, de polícia, de ocultação de informação e até de falsificação de informação, pelo menos segundo as alegações que foram feitas”.
Sobre o livro “O Governador”, no qual Carlos Costa conta a história dos dez anos em que liderou o regulador da banca, Teixeira dos Santos nega que haja razões para “a leitura de uma conspiração”, em referência aos alegados episódios de “intromissão do poder político” relatados na obra, como de Mário Centeno e António Costa. “Independentemente da controvérsia que possa suscitar ou até de discordâncias, (…) não deixa de ser um testemunho que merece a nossa atenção“, reitera.
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