Plano ferroviário admite estudos para reabrir Linha do Corgo

Plano para linhas de comboio também admite prolongamento da Linha do Vouga dentro da cidade de Aveiro e propõe seis linhas com potencial turístico.

O Plano Ferroviário Nacional (PFN) abre a porta ao estudo para reabrir a totalidade da Linha do Corgo. A informação consta dos mapas que acompanham o documento, colocado em consulta pública na quinta-feira e que será votado pela Assembleia da República durante o ano de 2023. O plano que define a rede ferroviária até 2050 também propõe seis linhas com potencial turístico e estabelece um número mínimo de circulações por dia ou por hora para todos os serviços.

Comecemos pela Linha do Corgo. O PFN admite estudar a reabertura da totalidade da linha entre Régua e Chaves, com passagem por Vila Real, no total de 71,4 quilómetros e em bitola métrica. O percurso entre Vila Real e Chaves está desativado desde 1 de janeiro de 1990; o mesmo destino teve o troço Régua-Vila Real, sem comboios desde 25 de março de 2009. Atualmente, há um trecho de 37,54 quilómetros que foi transformado numa ciclovia (Ecopista do Corgo), entre Abambres (Vila Real) e Sabroso (Vila Pouca de Aguiar).

Estudos propostos até 2050 na região Norte e Centro.

A Linha do Corgo também é proposta com um dos seis percursos com potencial para o turismo ferroviário, em conjunto com a Linha do Douro (Porto-Barca d’Alva), Linha do Algarve, Rota do Tejo (Lisboa-Castelo Branco), Linha de Cascais e Linha do Vouga.

Projectos para a rede na região centro do país

Também no Vouga, os mapas do PFN admitem um estudo do prolongamento desta linha de bitola métrica para dentro da cidade de Aveiro. No centro do país, também se admite o regresso dos comboios entre Coimbra e Cantanhede. Cantanhede não tem comboios desde janeiro de 2009.

Na Beira Interior, também fica aberta a porta para voltar a ser estudada a construção de uma linha entre o Pocinho (Linha do Douro) e Vila Franca das Naves (Linha da Beira Alta). Esta hipótese chegou a ser pensada nos anos 60 e 80 mas acabou por nunca entrar em obra por causa dos custos e das rampas muito inclinadas.

Nota ainda para a possibilidade de ser estudada a construção de uma linha entre Grândola e Évora, que facilitaria as exportações do Porto de Sines e permitiria aliviar a Linha do Sul. A obra seria um prolongamento do troço Sines-Grândola, que consta do Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI 2030) e que custa 120 milhões de euros.

Estudos propostos para a região sul do país

Na apresentação de quinta-feira, já constavam os estudos para novos acessos ferroviários a Lisboa a partir da linha de alta velocidade, novos troços no percurso Évora-Beja-Faro e ainda uma ligação entre o Algarve e a Andaluzia.

Obras pós-2030

Os mapas do PFN também preveem que toda a rede ferroviária nacional esteja eletrificada até 2030, incluindo a Linha do Vouga e a Linha do Leste. No entanto, nestes mapas não surge a reabertura do troço Pocinho-Barca d’Alva, na Linha do Douro. O regresso dos comboios a este troço vai para estudo prévio no primeiro trimestre de 2023 e já foi recomendado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. Mas ainda não estão assegurados os 75 milhões de euros de investimento necessários para a sua reabertura até 2030.

Também para depois de 2030 está marcada a entrada em funcionamento da terceira ponte sobre o Tejo, a abertura da Linha do Vale do Sousa (Valongo-Felgueiras), da Linha de Trás-os-Montes (Caíde-Bragança), do troço Aveiro-Viseu-Guarda-Vilar Formoso e do troço Aeroporto Francisco Sá Carneiro-Nine; e ainda o regresso do troço Beja-Funcheira.

Nos mapas do plano ferroviário também há propostas para frequência de todos os tipos de comboios a nível nacional, por regiões, para as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e ainda para a região de Coimbra.

Por exemplo, para 2030, é proposto um comboio de alta velocidade por hora entre Porto-Campanhã e Lisboa-Oriente com paragem em Vila Nova de Gaia. Também é sugerido um comboio de alta velocidade por hora entre o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e Lisboa-Oriente, com paragem em Vila Nova de Gaia, Coimbra, Aveiro e Leiria. Até 2050, são propostos dois comboios de alta velocidade por hora entre Porto-Campanhã e Lisboa-Oriente, com paragem em Vila Nova de Gaia e Aveiro.

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