Medina: “Não li nem vou ler o livro” do ex-governador Carlos Costa

O ministro das Finanças diz que não leu nem vai ler o livro de memórias do antigo governador do Banco de Portugal e também recusa comentar as polémicas pois teria de dar a sua “opinião sobre o que foi o mandato do governador Carlos Costa e a personalidade em causa”.

“Por isso, acho que não devo fazer comentários, pelo menos neste momento”, declarou Fernando Medina em entrevista na CNN Portugal International Summit, em Lisboa.

Uma das passagens do livro “O Governador”, lançado a semana passada, relata uma manifestação de lesados do BES em frente à casa de Carlos Costa. O ex-governador viu nesse acontecimento mais uma fonte de pressão do PS para o tirar do cargo, reclamando que a Câmara de Lisboa, então liderada por Medina, poderia ter impedido a realização do protesto.

Instado a comentar, o antigo presidente da autarquia lembrou que a sua relação com manifestações “foi muito escrutinada”, nomeadamente quando foi “altamente criticado por não proibir uma manifestação junto ao estádio do Sporting” na altura da pandemia ou “em outros casos tristemente célebres noutras manifestações”, numa referência ao caso das informações pessoais sobre os protestantes que foram dadas à embaixada russa.

“As câmaras não têm poder para proibir ou autorizar manifestações ao abrigo da Constituição”, rematou o governante. “Foi sempre esse o meu entendimento. A câmara não pode proibir e não proibiu nenhuma”, prosseguiu.

“Não sabia que essa manifestação [junto à casa de Carlos Costa] tinha acontecido. O direito à manifestação sempre foi constitucionalmente protegido. Talvez seja mais um dos equívocos que esse livro contém”, referiu.