Madrid entre as melhores alternativas a Londres do pós-Brexit
Um inquérito de uma consultora britânica colocou a capital espanhola em terceiro lugar na lista das capitais europeias que podem suceder a Londres como centros financeiros após o Brexit.
Quando Londres deixar de ser a rainha das capitais financeiras, quem lhe sucederá no trono? Foi a esta pergunta que a consultora imobiliária britânica Savills tentou responder no seu estudo, em que analisou as características de várias capitais europeias que as poderiam tornar no novo polo do investimento imobiliário, capaz de assumir o lugar da City quando o Brexit a arrasar. E Madrid foi uma das eleitas.
A consultora considera a capital espanhola a terceira melhor opção, atrás de Amesterdão e Dublin e à frente de Frankfurt e Paris. Como principais fatores a favor de Madrid estão a sua cultura, um forte atrativo não só para os latinos mas também para os restantes, e o crescimento da sua economia. Se não fosse o mau domínio dos espanhóis da língua inglesa — apenas 22% deles conseguem falar fluentemente — teria ficado numa posição ainda mais alta na contagem.
E o Governo espanhol não se está a poupar a esforços para publicitar Madrid. O Instituto do Comércio Externo, o programa Invest in Spain, o PP de Cristina Cifuentes em Madrid e a própria Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), bem como algumas empresas imobiliárias como a Merlin Properties, cotada na bolsa Ibex 35, já começaram a sondar algumas empresas localizadas em Londres e a tentar convencê-las a mudarem-se para Madrid, explicou o site espanhol Cinco Dias.
Além da cultura, Madrid é uma das cidades com os custos mais baixos para empregados a nível de habitação e trabalho, quase três vezes abaixo dos valores praticados em Londres (a cidade mais cara dentro do estudo da Savills) e até em Paris. Só Frankfurt e Berlim competem ao nível de Madrid em termos de preços. As rendas de aluguer pagas pelas empresas, ainda que cresçam de ano para ano nas zonas mais solicitadas da capital espanhol, continuam a ser bem mais baixas que as de Milão ou Paris.
Assim sendo, foi precisamente a maior fluência no inglês, a par com a forte cultura e os preços mais competitivos, que colocaram Amesterdão no topo da contagem e à frente de Madrid. O segundo lugar de Dublin também é fácil de justificar, já que é a única outra capital europeia em que o inglês é a língua oficial, mas o facto de ter um ambiente fiscal menos pesado que o de outras cidades também pesou na hora da decisão. Frankfurt ocupa a quarta posição devido a ter no seu território a sede do Banco Central Europeu, o que permitiria às empresas que se deslocassem para lá estarem no coração financeiro da Europa. E Paris, no quinto lugar, foi escolhida por ser um centro cultural e social e por também ter uma economia estável. No entanto, há que ter em conta que os impostos para empresas e trabalhadores na capital francesa são muito altas.
O site espanhol CincoDías chamou a atenção (acesso livre / conteúdo em espanhol) analisando os resultados do inquérito da Savills, para o pormenor de que Londres continuará a ser uma cidade atrativa para o setor financeiro, e que Amesterdão e Dublin, entre outras cidades, podem vir a beneficiar se alguns bancos e seguradoras da City se mudarem para os seus territórios, mas que isso poderá não chegar para os tornar na nova capital cultural e cosmopolita como Londres tem sido até agora.
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