Parte “substancial” dos ativos da FTX “foi roubada ou está desaparecida”
Os advogados de defesa da empresa falida criticaram a gestão de Sam Bankman-Fried, dizendo que o fundador da FTX geriu a corretora de criptomoedas como "feudo pessoal".
Uma “quantidade substancial” dos ativos da plataforma de criptomoedas FTX, que declarou falência este mês, “foi roubada ou está desaparecida”, disse esta terça-feira James Bromley, um dos advogados que representa a empresa, numa audiência no tribunal federal de Delaware.
De acordo com o advogado, citado pelo The New York Times, a má gestão da FTX pelo seu fundador e ex-CEO Sam Bankman-Fried deixou aos novos representantes informações limitadas sobre o estado das finanças da corretora de criptomoedas. Além disso, a empresa foi alvo de ciberataques, confirmou.
Na audiência, James Bromley acusou Bankman-Fried de ter gerido a FTX como o seu “feudo pessoal”, ecoando assim as críticas feitas pelo administrador de insolvência da empresa, John J. Ray III, que afirmou na semana passada que nunca se deparou com “uma falha tão grande” de governação como a que viu na corretora de criptomoedas falida este mês.
Mas os advogados da empresa foram ainda mais longe, descrevendo que uma das unidades da FTX gastou cerca de 300 milhões de dólares em imóveis nas Bahamas, segundo a Reuters.
Ao mesmo tempo, a consultora que está a realizar a assessoria do processo de reestruturação da FTX explicou que o saldo de tesouraria, que seria de 1,24 mil milhões de dólares, é afinal “substancialmente maior”. Deste saldo, 400 milhões são de contas relacionadas com o fundo Alameda Research, braço de investimento da FTX.
Uma das questões chave na audiência foi se a FTX teria de divulgar os nomes dos seus credores, mas a equipa legal defende que revelar essa informação colocaria em risco a privacidade dos utilizadores e os tornaria vulneráveis a hackers. O juiz acabou por decidir que, por enquanto, a informação pode permanecer privada.
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